No terreno extenso da história do anarquismo, poucos eventos têm tanto vulto quanto a Guerra Civil Espanhola (1936-1939). Incontáveis livros, filmes, canções, folhetos, buttons, camisetas e outros são mais do que merecidamente devotados a essa luta transformadora por revolução social feita pelos trabalhadores e camponeses espanhóis. Mas rebuscando a montanha de material disponível, pouco pode ser encontrado sobre militantes negros na revolução espanhola, como o que está na poderosa foto de capa deste livro; um membro das fileiras Bakunin em Barcelona, Espanha, 1936, e símbolo tanto da profunda presença e ausência de anarquistas negros internacionalmente.
Por mais de 150 anos, anarquistas negros tiveram papel crucial em modelar as diversas lutas por todo o mundo, incluindo greves massivas, movimentos de libertação nacional, associações de moradores, solidariedade a prisioneiros, libertação gay, formação de organizações de libertação negra autônomas, entre outros.
Nosso momento político atual está caracterizado pelo ressurgimento de rebeliões negras em resposta à violência racial do estado, à criminalização e à pobreza. Comunidades negras e da afro-diáspora em locais como Reino Unido, África do Sul, Brasil, Haiti, Colômbia e EUA iniciaram movimentos populares sociais para resistir a condições de morte social e forjar meios de libertação em seus próprios termos. Dado o espírito anti-autoritário dessas lutas, o momento é propício a dar uma olhada mais de perto ao anarquismo em geral e, em particular, ao anarquismo negro.
A ausência enganadora de política anarquista negra na literatura existente pode ser atribuída à contradição inerente encontrada dentro do cânone eurocêntrico do anarquismo clássico que, em aliança com a concepção ocidental de universalismo, passa por cima e ativamente emudece as contribuições de povos colonizados. Em anos recentes, militantes negros e outros dedicados à política anarquista negra fizeram bastante por ressaltar o anarquismo negro através de inúmeros ensaios, livros, entrevistas e palestras públicas, muitos das quais foram reunidos pela primeira vez neste livro-texto.
Nossa esperança é a de que este texto servirá como contribuição frutífera aos diálogos, debates e lutas contínuos ocorrendo em toda a diáspora negra sobre como continuar em nossa libertação globalmente. “O Anarquismo”, notou Hannibal Abdul Shakur, “como tudo, encontra um novo significado radical quando encontra a negritude”. Apesar de este texto nos trazer mais próximos de um “novo significado radical” para o anarquismo, existem lacunas importantes que precisam ser preenchidas para que se obtenha um quadro mais completo do anarquismo negro, particularmente as contribuições vitais de anarquistas mulheres negras, militantes gays e outros companheiros do Sul Global.
Na luta,
Black Rose Anarchist Federation / Federação Anarquista Rosa Negra
Baixe o livro-texto aqui: http://www.blackrosefed.org/wp-content/uploads/2016/02/Black-Anarchism-A-Reader.pdf
Tradução > G Montenegro
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Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!
Um puta exemplo! E que se foda o Estado espanhol e do mundo todo!
artes mais que necessári(A)!
Eu queria levar minha banquinha de materiais, esse semestre tudo que tenho é com a temática Edson Passeti - tenho…