Dia 13 de Abril
4ª-feira, às 18 horas
Largo Jean Monet, Lisboa
Enquanto esperamos por uma resposta célere ao recurso interposto no Tribunal Supremo, a situação dos presos políticos inspira apreensão.
No dia para o qual estamos a convocar esta concentração, Nuno Dala, um dos 17 presos políticos condenado a 4 anos e seis meses de prisão, completará 35 dias de greve de fome, como forma de protesto pelo fato de não lhe terem sido devolvidos os seus exames de saúde e cartões multibanco, confiscados quando da sua apreensão no dia 20 de Junho de 2015. Estes cartões permitiriam à sua família acesso ao dinheiro que necessitam para ultrapassar as dificuldades financeiras que estão a viver. A mulher e a filha, uma irmã de 29 anos e um irmão de 11 dependem financeiramente dele. A renda da casa onde todos vivem está por pagar e a mulher teve que se mudar para casa dos pais. Nuno Dala é diabético o seu estado de saúde a esta altura é obviamente critico e se não tiver um acompanhamento adequado, urgentemente, este processo poderá tornar-se ainda mais trágico.
A situação precária em que se encontram presos os ativistas põe em risco a sua saúde e atenta veementemente contra a sua dignidade. Nito Alves é outro dos ativistas que tem a saúde em risco, sem justificação aparente para uma condição física tão debilitada, e sem qualquer apoio por parte dos serviços prisionais, que se recusam a prestar-lhe os devidos cuidados de saúde.
A sentença do julgamento dos 17 ativistas Angolanos, terminou com a sua condenação a penas de 2 a 8 anos. Num processo marcado por irregularidades e atropelos à lei. Culminando com a introdução duma nova acusação grave nas alegações finais, os ativistas foram condenados injustamente por crimes de atos preparatórios de rebelião e de associação de malfeitores, por terem promovido e participado em conjunto em sessões de leitura e debates sobre formas pacíficas de intervenção cívica.
É a estas situações de privações, carências e ofensas à integridade e dignidade humana que é necessário dar resposta por parte de todas e todos que primam e advogam a liberdade e o respeito pelos direitos humanos, de modo a exigir que as autoridades angolanas ponham termo a este desumano atentado contra o estado de direito.
Porque esta também é a nossa luta, convidamos todos a mostrarem a sua solidariedade, no próximo dia 13 de Abril no Largo Jean Monet, em Lisboa.
A concentração está marcada para as 18h.
Não nos podem calar a todos.
É tempo de mostrar o nosso apoio e exigir a todos os que têm poder, que tomem passos concretos que contribuam para a libertação imediata dos nossos irmãos.
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