Neste post publicamos o texto (sem as palavras de ordem no final do texto) da chamada para uma marcha ao centro de detenção de imigrantes de Eliniko (bairro de Atenas).
Em meados de março de 2016, no centro de detenção Eliniko, Atenas, R. D., uma imigrante do Irã, estava sangrando. Ela procurou ajuda médica com os guardas, deixando que soubessem da sua situação, mas eles duvidaram tanto da sua gravidez como do estado grave de hemorragia. Quando, finalmente, ela foi levada ao hospital, o médico que a assistiu percebeu que havia perdido a criança e que deveria ter sido transferida antes ao hospital. Além de sua liberdade, com uma decisão tomada pela polícia, R. D. foi privada do direito de estar grávida, do direito a autogestão do seu corpo.
O buraco negro dos centros de detenção de Eliniko tem uma longa história de incidentes semelhantes. Em julho de 2011 nestes centros de detenção morreu “em circunstâncias indeterminadas” Jan Baber, com 27 anos, embora se soubesse que ele estava doente e precisava de cuidados médicos. Incidentes semelhantes ocorreram e continuam a ocorrer em todos os centros de detenção. Tudo isso é a culminação da vida insuportável dos e das imigrantes nos centros de detenção, sendo forçados a viver em celas imundas, a comer uma refeição horrorosa, sem aquecimento e água quente, sem contato com o mundo exterior e apoio psicológico.
As imigrantes que resistem a estas condições enfrentam a brutal repressão e a vingança do aparato estatal. Sanaa Talemp, a imigrante que resistiu a sua deportação violenta e empreendeu uma greve de fome com outros detentos no mesmo centro de detenção, protestando contra as condições de detenção em Eliniko, será julgada em 31 de maio, acusada de desobediência e de causar danos à propriedade de terceiros. Após a sua detenção foi-lhe dada uma prorrogação e vai ficar presa doze meses, sem qualquer sinal que será deixada em liberdade.
Os centros de detenção, esses lugares onde os imigrantes são torturados, maltratados e assassinados, não apenas não foram fechados, mas estão aumentando. Já os hot spots nas ilhas do mar Egeu tornaram-se centros de detenção de acesso restrito. O futuro que tem reservado o Estado grego aos sem documentos passa por esses buracos negros. Este futuro não será para nós!
Marcha ao centro de detenção de imigrantes de Eliniko, Atenas: sábado, 16 de abril de 2016.
Solidários/as com os imigrantes presos
O texto em grego:
https://athens.indymedia.org/feature/10217/
O texto em castelhano:
agência de notícias anarquistas-ana
Muita brisa à noite.
Dos jasmineiros da rua,
perfumes e flores.
Humberto del Maestro
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!