No dia 13 de abril passado, realizou-se uma operação policial ordenada desde a Audiência Nacional com o requerimento de um tribunal alemão. Durante a qual registraram três imóveis e detiveram uma pessoa sob a acusação de haver participado em uma expropriação a um banco na Alemanha. No marco desta operação produziu-se o registro dos Blokes Fantasma que durou doze horas. Durante a operação detiveram mais de 25 pessoas, três delas meninos menores de 5 anos; não se permitiu a entrada de nenhum advogado nem a presença de nenhuma testemunha durante o registro das zonas comuns. Também cometeram diversas irregularidades em seus próprios procedimentos durante os registros dos andares particulares. Como consequência da operação houve numerosos destroços, confiscaram todos os dispositivos eletrônicos (computadores, celulares, USB, play station…) além de dinheiro, negando-se a dar recibo das coisas confiscadas a nenhum dos registrados.
Desde os Blokes Fantasma, ainda que os destroços e irregularidades sejam inerentes a qualquer registro nas casas daqueles que não são parte – nem querem sê-lo – do establishment, não queremos deixar de assinalar o duplo critério utilizado por sua justiça dependendo de quem seja o registrado. Aproveitaram para registrar diversos espaços de moradia individuais, além das zonas comuns, repetindo a mesma forma de funcionar em outras operações como foram Pandora ou Piñata.
Queremos mostrar todo nosso apoio à pessoa detida e a todo seu entorno independente das acusações e da evolução do processo judicial. Reivindicamos aquelas formas de re-apropriação que tenham como objetivo recuperar o que permanentemente nos tira o capitalismo, seja uma casa ou os benefícios dos bancos. Não esquecemos que se uns fazem expropriações é porque outros acumulam benefícios ou os meios necessários para viver.
Queremos agradecer sinceramente a todas aquelas pessoas que se mobilizaram e organizaram durante todo o dia, seja apoiando tanto ante os Blokes Fantasma, as demais moradias e na delegacia de Les Corts, ou organizando e/ou participando na manifestação da tarde. Todo nosso agradecimento às pessoas que nos deram uma mão tanto a refazer as portas destruídas, como limpar e reparar o que a polícia quebrou, tornando possível que pudéssemos abrir o espaço ontem mesmo demostrando, uma vez mais, que quando dizemos que “se nos tocam a uma, nos tocam a todas” é muito mais que simples palavras.
Liberdade imediata da companheira encarcerada em Madrid.
Paremos o processo de extradição; solidariedade com todas as perseguidas.
Enquanto haja miséria, haverá rebelião.
Ps. Exigimos que a web dos Mossos publique todos os selfies que foram feitos em toda a casa e com todos nossos pertences.
Tradução > Sol de Abril
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