Comunicado de várias coletividades, em solidariedade com o projeto de autogestão de uma fábrica de madeira ocupada e recuperada “Los Rubén de la Madera”.
Um sussurro percorre o planeta. Um sussurro que diz que outro modo de trabalho é possível: Trabalho sem patrões. Tão fácil, tão simples. Nos tempos em que estamos vivendo nossa resistência não pode limitar-se a um “não” e a denúncia das políticas cruéis que destroem nossa vida. Junto a este “não” sonoro, devemos e podemos criar as condições que nos permitam não esperar ter apenas simplesmente um futuro melhor, senão uma vida com dignidade no presente.
A criação destas condições, ou seja das condições de uma vida sem miséria, sem a depressão do desemprego e sem resignação, procedeu faz três meses, “Los Rubén de la Madera”. Eram trabalhadores em uma fábrica de madeira da província de Imathia, a qual ia bem até 2009. Nos anos da crise viram sua vida destruindo-se. Estão a cinco anos sem receber seus salários, e iniciaram uma luta reclamando o óbvio: Trabalhar para viver. Nem os patrões, nem o Sistema, nem algum governo puderam ou quiseram oferecer-lhes esta coisa óbvia.
Em janeiro de 2016 se abstiveram do trabalho e procederam a ocupação da fábrica, com intuito de autogestionar a produção. Inspirados em centenas de exemplos de autogestão na Argentina, Europa, assim como em Viomijanikí Metaleftikí (VioMe) na Grécia, estão reclamando a possibilidade de viver, abrindo o caminho da autogestão.
Neste caminho têm enfrentado os aparatos repressivos do Poder. Em 21 de março, com uma operação policial sem precedentes para os padrões da província de Imathia, na presença de um fiscal e um executor judicial, tiraram as matérias primas da fábrica, protegendo os interesses de um provedor. Estas matérias primas por direito pertencem aos trabalhadores, já que a velha empresa (na qual tinha ações dito provedor) lhes deve 700.000 de salários não pagos.
As sentenças judiciais que defendem os interesses de um particular contra os interesses dos trabalhadores, constituem um exemplo mais no caminho que tem tomado o Sistema para aplicar as políticas neoliberais mais extremas. Exigimos ao governo (que anda dizendo que tem a vontade de apoiar aos trabalhadores e a “economia social e solidária”) que demonstre o que sustenta na prática.
Nós, que assinamos este texto, como coletividades que lutamos na prática pela autogestão, e como coletivos de trabalho, declaramos que no caminho que tem tomado “Los Rubén de la Madera”, não vão estar sós. Quando atacam a um de nós, nos atacam a todos. Para nós, a autogestão não é só uma palavra sem conteúdo ou promessas desde cima, senão um caminho de luta dos de baixo por uma vida de dignidade, aqui e agora, e uma visão de uma sociedade emancipada, uma sociedade e um mundo de liberdade, justiça e dignidade.
Syn Allois, Yukali, Ediciones de los colegas, To Pagaki, Lacandona, Perivolaki, Colectiva To kivotio (Jalikuti)
O texto em grego:
http://www.anarkismo.net/article/29215
O texto em castelhano:
Tradução > Sol de Abril
Conteúdo relacionado:
agência de notícias anarquistas-ana
Choveu há pouco –
O sol baixa das nuvens
Finas cortinas de névoa.
Paulo Franchetti
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!