Cantinas e bares autogeridos se reuniram no domingo no galpão “Nervi” para mapear cozinhas populares como experiência de resistência e conflitos, oferecendo comida. Eat the Rich “Massa no campo como poder de fogo”.
O comunicado da rede Eat the Rich:
“Durante o último fim de semana [7 e 8 de maio] foi realizado em Bolonha o Festival de Cozinhas Populares e Autogeridas. Partimos da necessidade de cumprir com todas essas realidades políticas e usamos a cozinha como uma ferramenta de resistência e conflito contra as dinâmicas especulativas, as diferenças de classe, repressão e controle que gira em torno do alimento, de sua produção até sua distribuição. No sábado havia mesas de trabalho e discussão sobre algumas questões fundamentais, tais como o fornecimento de matérias-primas e da cadeia alimentar; a organização das cozinhas em espaços sustentáveis e conflitualidade política; a exploração, o antiespecismo e a ecologia política. Inicialmente se decidiu organizar uma mesa de discussão que iria abordar a questão da comida nas instituições prisionais, tais como no cárcere e no CIE [Centro de Identificação e Expulsão], onde o poder torna-se uma oportunidade de lucro e controle, mas também de subtração e resistência. No entanto em um momento posterior pareceu apropriado remover a mesa acima devido à concomitância com a marcha contra as fronteiras de 7 de maio de Brenner, na solidariedade e condescendência em relação aos companheiros e companheiras que se mobilizaram contra as instituições agindo nas fronteiras com repressão, controle e violência nos corpos de migrantes. Hoje, corre um processo contra os companheiros e companheiras detidos, ocasião na qual reafirmamos fortemente nossa cumplicidade e solidariedade.
No domingo, assumimos um espaço para fazer um dia de festa e comida de rua, organizando, entre outras coisas, um encontro laboratorial do curso de culinária mestiça juntos com os ocupantes do “Social Log” e da “Casa del Popolo de Ponticelli”. O espaço que nós invadimos com nossos fogões, o galpão “Nervi” na Rua Fioravanti, não é um espaço escolhido aleatoriamente. Exatamente um ano atrás na frente do galpão que ocuparam a sede da Unicum, escritório abandonado, para criar uma zona temporariamente liberada, ocasião na qual mais de vinte de nós foram denunciados, inaugurando a temporada infame de despejos, especialmente em Bolonha, e ainda tentando apagar qualquer espaço físico e temporal de autogestão. Além disso, o galpão “Nervi” hospedou recentemente o “Finger Food Festival”, um evento que promove a fetichização da comida e é orientado quase que exclusivamente como uma oportunidade de lucro, em linha com todo o food-capitalismo da Expo e F.I.C.O. Esta praça coberta, como muitos outros lugares no bairro de Bolognina e do resto da cidade, está no centro de um processo de investimento e maciça gentrificação, que atrai a sede de lucro e transforma a geografia urbana, e as pessoas que realmente vivem nesses lugares não podem decidir sobre ele. Neste dia de festa foi colocado à mesa o “poder de fogo” das muitas cozinhas que chegaram a Bolonha, e com as práticas de cozinha experimentando soberania alimentar. Esta foi uma primeira tentativa de mapear o que se move em torno de nós, e a resposta e participação ao nosso chamado foi emocionante.
Agradecemos a todas as organizações e pessoas que tornaram possível a construção coletiva desses dois dias.
A luta segue e cresce!”
Realidades que participaram do festival:
Spazio Rosso (Cattolica); Piano Terra (Milano); Collettivo a bellu a bellu (Cagliari); Polpetta (Livorno); Mondeggi fattoria senza padroni (provincia di Firenze); Campi Aperti (Bologna e dintorni); Forte Prenestino (Roma); 20 Pietre (Bologna); La Resistenza (Ferrara); Free Spot (Ventimiglia); Cavallerizza (Torino); C.S. Bruno (Trento); Smaschieramenti (Bologna); Social Log (Bologna); Casa del Popolo (Ponticelli, Bologna); Brigata 36 (Imola); Oltremercato (Pesaro-Urbino); Cascina Torchiera (Milano); Pizzeria Pirata (provincia di Siena); Terra Terra (Roma); Il mucchio selvatico (Rodiano, Modena); Seminterrati (Ancona-Macerata); Ecomercato (Jesi); Frutti del sole (San Gregorio nelle alpi, Belluno); Cucinarandagia (Montese, Modena e San Martino in Gattara, Ravenna); Mercantiniera (Parma); La Lezza (Taranto); Stella nera (Modena); Mensa occupata Marzolo (Padova); Lucanapa (Basilicata); Gruppi informali di Trieste e Ascoli-Piceno Spaccio popolare autogestito (Rete Eat the Rich); Associazione di mutuo soccorso (Bologna); People Health Movement Nodo solidale-Kairos (Roma).
Galeria de imagens: https://www.flickr.com/photos/zicphoto/26657054000/in/album-72157667538845480
Fonte: http://www.zic.it/due-giorni-di-festival-delle-cucine-la-lotta-va-avanti-se-se-magna-foto/
Tradução > Liberto
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Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!