Neste artigo estudamos brevemente a vida e obra de Anselmo Lorenzo (1841-1914), um personagem excepcional na história da esquerda espanhola e no universo anarquista entre a segunda metade do século XIX e início do XX. Sua grande contribuição ao anarquismo reside no fato de que se pode considerá-lo seu teórico máximo na Espanha.
Por Eduardo Montagut Contreras
Anselmo Lorenzo nasceu em Toledo no ano de 1841. Ainda criança se transladou à Madrid onde começou a trabalhar como aprendiz de tipógrafo. Anselmo Lorenzo começou militando no federalismo de Pi i Margall. Mas conheceu as ideias que trazia Fanelli, já que assistiu as reuniões organizadas para conhecer o internacionalismo e o pensamento de Bakunin, e este fato o mudaria para sempre. Filiou-se a Aliança Internacional e foi fundador do grupo madrilenho da AIT, além de membro de seu Conselho Federal. Com a proibição da Internacional na Espanha teve que se exilar em Portugal. Ali contribuiu para a criação dos primeiros núcleos da AIT portuguesa.
Viajou como delegado da Federação Regional Espanhola para a Conferência de Londres da AIT em 1871 e ali conheceu Marx e Engels. No Congresso de Zaragoza em 1872 lutou para que não se aprofundasse o abismo entre anarquistas e marxistas. Demitiu-se de seu cargo no Conselho Federal. Foi para a França, regressando à Espanha em 1874, instalando-se em Barcelona.
Durante a Restauração trabalhou intensamente na clandestinidade. Participou dos eventos socialistas de Reus e Barcelona. Em razão do Processo de Mntjuich de 1896 se exilou na França. Lá manteve muitas relações com líderes socialistas, radicais e anarquistas. Fruto de sua experiência francesa, ao retornar para Espanha difunde as obras de Kropotkin e Rèclus.
Anselmo Lorenzo ajudou Ferrer i Guardia em sua Escola Moderna, e colaborou nas publicações de “A greve geral”, “Terra e Liberdade”, com Federico Urales. Foi preso e deportado em várias ocasiões entre 1902 e 1909. Depois da Semana Trágica foi deportado para Alcañiz.
Anselmo Lorenzo esteve presente em todos os momentos chave do anarcossindicalismo espanhol até sua morte, ocorrida em 1914 em Barcelona. O vemos na fundação do Solidariedade Obreira, na criação da Confederação Regional do Trabalho da Catalunha e na da CNT.
Entre suas obras citamos as seguintes: Fora Política (1886), Acracia ou República (1886),Critério Libertário (1903), Via Livre (1905), Solidariedade (1909), A Anarquia Triunfante (1911),Contra a Ignorância (1913), e sua obra mais importante, O Proletariado Militante, na qual se faz uma descrição da história da Internacional na Espanha, desde sua fundação até 1880.
Fonte: http://www.tercerainformacion.es/spip.php?article102910
Tradução > Liberto
agência de notícias anarquistas-ana
Refresca um pouco
Pôr os pés na parede
durante a sesta.
Bashô
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!