Pequena modificação para o festival anual da CNT da região parisiense, pois que este ano será no final do mês de junho e não no início de maio que os militantes da CNT da região parisiense terão o prazer de compartilhar seu evento com um público que se espera mais numeroso que no ano passado. De resto, faremos como de hábito: de sexta 24 ao domingo 26 de junho, a gente se encontra no La Parole Errante, em Montreuil, com um programa ainda mais rico, um ambiente convivial, muita autogestão, filmes, teatro, debates e concertos.
Aniversários e internacionalismo obrigam, e boa parte desse festival será consagrado aos 80 anos da Revolução Espanhola, sobretudo com o debate “Espanha 36 e a Frente Popular” animado por Alain Debeuf e Charles Jacquier. Mas também com concertos de La Rabia, Serge Utgé-Royo e Sanseverino Trio, e também a apresentação da nova edição revista e corrigida do livro “Les Fils de la Nuit”, de Antoine Gimenez pelas edições Libertalia e a apresentação do filme “Espagne 36”.
Esta história da Espanha e do exílio ressoará no presente com a apresentação-debate do livro “Croniques d’exil et d’hospitalité”, de Olivier Favier, composto de narrativas, de análises, de fotos e de reportagens sobre os imigrantes de Paris, de Calais e de toda a Europa.
Aniversários também com a Irlanda, pois há um século acontecia a revolução irlandesa, tanto quanto há 35 anos Bobby Sands chegou ao fim de sua greve de fome com seus noves companheiros, sob a indiferença do governo Tatcher. Uma dupla comemoração que evocaremos em companhia de Julie Dechatel, tradutora da biografia da Sands, juntamente com Denis O’Hearn.
O antifascismo estará como sempre a ordem do dia, com debate-homenagem à Pavlos Fissas e Clément Méric.
O teatro terá igualmente seu espaço entre as comemorações desse festival. “Le Maniement des larmes”, terceira parte da trilogia Azul-Branco-Vermelho de Nicolas Lambert descortinará o complexo militar-industrial francês e seu peso sobre a “democracia” francesa. História e internacionalismo com a leitura “Sobre os traços de Rosa Luxembourg”, testemunhos de mulheres de grupos de ação revolucionária e internacionalismo, com Sabrina Lorre.
E sobre a história próxima, mas sobre música dessa vez: em setembro de 2014 morreu Schulz, líder do grupo Parabellum. Um concerto-homenagem reunindo vários artistas acontecerá na sexta à noite. Os grupos Inner Terrestrials e Angry Cats se apresentarão na mesma noite. No sábado, serão Terrace Boulba, La Canaille e Red Riding, seguidos de set de DJ’s com Viktor Coup, ?K e Madj.
Sobre os debates, que seriam uma lista muito longa para fazer aqui, estará em questão, entre outros temas, a literatura proletária, a resistência do livro, a resistência à ditadura, à ditadura tecnológica, à hidra do capitalismo e à ditadura do valor, a essência do lucro, sobre a fábrica autogerida têxtil de Kazova, da herança da luta do parque Gesi na Turquia, em 2013.
Miguel Benasayng estará novamente entre nós. Após seu debate apaixonado com Frederic Lordon ano passado, ela voltará a falar-nos de humanidade num debate acerca de seu livro “Cérebro aumentado, ser humano diminuído”.
E certamente, Armand Gatti nos oferecerá uma nova leitura de seus textos. Será a ocasião, sobretudo, de reiterar nossos apoio a La Parole Errante, lugar essencial de resistência cultural e popular em Montreuil.
E como em anos anteriores, o salão do livro contará com editores e livrarias que fazem viver a literatura libertária.
Porfim, a CNT apresentará as lutas que suas seções tem travado: Escola especial de arquitetura, LE Monde, Rolls Nettoyage, People and Baby, La Poste e prefeitura de Montreuil.
Um programa mais uma vez muito rico, para o qual esses três dias são poucos. Três dias de autogestão alegre, convivial, com refeições feitas pelos militantes da CNT. Um festival aberto a todas e todos, com entrada livre. Venham todos. Estamos ansiosos de encontrá-los.
O site do festival: cnt-f.org/festival-cnt
agência de notícias anarquistas-ana
quantos pirilampos
posso contar esta noite?
caminho enluarado
José Marins
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!