Incendiaremos todas as noites que pudermos, daremos sentido a todos os dias em sua saúde e da de tantos outros companheiros que foram assassinados. E porque amamos a vida como você e porque odiamos esse sistema que sempre nos oprime, seguiremos em frente lutando, aguerridas, costurando nossas feridas, unindo nossos corações rotos para que não escapes, para que nada nos escape da alma, da memória; para que ao chegar o momento nossos punhos estalem com todas as nossas forças contra as relações mercantis que nos impõe o capital e contra as caras estúpidas daqueles que o defendem, com todo o impulso que nos dá a beleza de nossos sonhos de amor e vida, seguiremos. Não te conhecemos pessoalmente, não ouvimos seu riso, nem te abraçamos nunca, mas por sua luta e sua morte és uma nova tocha que ilumina nossos caminhos.
Por você e pelos camaradas assassinados nas barricadas de Nochixtlán, em cada revolta do mundo, em cada episódio de insurreição na história, por cada uma das assassinadas pelo patriarcado, por cada pessoa que morre de fome nas lixeiras, por cada pobre diabo que morre de tédio e tristeza nos escritórios, por cada vida que assassinam, pela sobrevivência cotidiana, pelos sorrisos apagados; cada lágrima de dor será cobrada, estamos aqui nos preparando na penumbra dos dias, estamos aqui tratando de aflorar cada elo, porque sabemos que a nossa realidade pode ser outra, tem que, de algum modo, ser outra.
Não importa que ponham mil etiquetas em nossos mortos para que neles encaixem o ideal cidadão, não somos ativistas, não estamos com nenhum sindicato, partido político, frente popular, não somos símbolos da contracultura. Somos gente furiosa, que não fica com os braços cruzados em casa, que grita, que pinta, lança pedras… nós sabemos porque nos assassinam.
Antagonismo.
Tradução > Liberto
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Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!