Em 2016 se completam 80 anos do golpe de estado que ceifou a vida e ilusões de grande parte dos espanhóis e espanholas. Nós da CGT queremos recordar sua memória através de quem soube retratar-lhes com grande maestria.
Kati Horna é sem dúvida uma das criadoras mais incomuns e autênticas do século XX.
“Uma Operária da Fotografia” como se definia ela mesma.
Era uma mulher feminista, solidária e libertária comprometida com seu tempo e sua arte, que teve o valor de ser nossos olhos, os das pessoas anônimas e dignas que vivemos na retaguarda.
Não a interessava a morte nem a crueldade, nunca as mostra abertamente, mas sim a dignidade da população que resistia à guerra. Diante do espetáculo dos corpos desmembrados, o sangue e o campo de batalha, Horna nos apresenta um espaço de reflexão sobre a guerra e suas consequências sobre a população civil.
Pacifista e anarquista, sua fotografia representa a memória do cotidiano. E nessa cotidianidade, [representa] sempre a presença das MU-LHE-RES: as mães combativas, as milicianas, as “mulheres livres”, as garotas e as anciãs.
Fotografou os coletivos, comitês de gestão da produção nas empresas, ocupação de igrejas e edifícios… a revolução que tentava criar as bases para a instauração de uma nova sociedade libertária.
Kati Horna não quis publicar em grandes revistas, só o fez em publicações anarquistas comoUmbral, Tierra y Libertad ou Mujeres Libres e sua memória está isenta do glamour de alguns de seus companheiros. Mas o legado de seu trabalho chegou até hoje, nos abrindo uma janela pela qual observar as ilusões daqueles que acreditaram que outro mundo era possível, e tanto lutaram para alcançá-lo.
• Exposição Fotográfica •
O Olhar de Kati Horna
Guerra e Revolução (1936-1939)
De 1 a 15 de julho de 2016
Centro Municipal de las Artes
Pl. de Quijano, 2 – Alicante
Vídeo da abertura da exposição: https://www.youtube.com/watch?v=YLCOS9Vswvk
Tradução > PF
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