Ao povo do México e aos povos do mundo que resistem e lutam:
Aos meios livres, comunitários e independentes:
Nas últimas semanas o espaço autônomo e autogestivo Chanti Ollin foi objeto de uma operação midiática por parte do Excélsior. No dia 30 de junho o jornal realizou uma “reportagem” em que de maneira torpe e além do mais forçada, trata de vincular o espaço com grupos diversos aos que denomina eco-extremistas, nos ligando com o grupo ITS (Individualidades Tendiendo a lo Selvaje). O propósito do jornal é estabelecer relações inexistentes com dito grupo ao que se lhe abjudica o assassinato de um trabalhador da faculdade de qu&iac ute;mica na UNAM. Claramente, o que e busca é mediante manipulação e falsidades gerar cenários que vão abrindo caminho a criminalização, e em nosso caso ao desalojamento.
No ano passado, uma semana depois do desalojamento do Chanti Ollin, o jornal Milenio publicou uma nota muito similar a recém publicada pelo Excélsior.
Sabe-se que são o CISEN e a SEIDO as que brindam informação direta a esses jornais assim como também se sabe da estratégia de falsificação de informação aplicada constantemente pela imprensa que trabalha com os grupos de poder para evitar a organização das coletividades. À par de que o jornal Excélsior golpeia tentando construir ligas inexistentes entre o Chanti Ollin e grupos eco extremistas também se busca meter como foguetes via questão imobiliária.
A cidade se encontra em um processo aberto de aburguesamento e gentrificação, no que se vai despojando aos habitantes do centro e seus arredores de suas casas e prédios para ir possibilitando o avanço voraz dos grandes capitais e imobiliárias. O crescimento de grupos imobiliários como Arrendadora Mexicana se dá em contubérnio com os três níveis do governo, que lhes deu concessões e facilidades, incluso para despojar dos espaços públicos aos habitantes da cidade. A delegação Cuauhtémoc, governada por Ricardo Monreal, é um dos botins mais disputados pelos grupos imobiliários. Daí que desde há alguns meses se est&atil de;o desalojando constantemente, os quais se há dado de formas totalmente arbitrárias e ilegais (se a estas alturas fica algo de legitimidade na lei), com luxo de violência, não apenas com policias uniformizados mas também com grupos de golpeadores.
O edifício recuperado tem sido habitado desde os seus inícios por indivíduos e coletivos que se tem unido livremente para experimentar a construção de outras formas de relação social. Diferentemente dos projetos imobiliários, em que decididamente se busca a privatização, o Chanti Ollin é um espaço onde se tenta restituir o comum. Através da criação de conhecimentos e saberes, tais como a arte, a ciência e a espiritualidade que não obedecem a lógica capitalista, a qual se reproduz em instituições. Onde se tenta impor a indústria médica, se vai gerando um saber a partir da medicina tradicional, onde se impõe a “obsolescência programada& rdquo;, nós apelamos às ecotecnias ou tecnologias apropriadas e a reutilização de recursos. Onde se impõe o controle e a indústria dos alimentos, mantemos relações com companheiros/camponeses, buscamos práticas libertadoras do trabalho assalariado por meio do tequio ou intercâmbio justo. Parte dessa exploração está no cotidiano ao transformar algumas formas de convivência como a família tradicional ou o uso do espaço à maneira de condomínios, ou seja, o Chanti Ollin não é um edifício de departamentos individuais em que os habitantes defendem o espaço como “propriedade privada”, mas um território onde se podem explorar diferentes formas de coletividade.
A certeza de que é necessário transformar nossas condições de vida nos leva a caminhar junto com outros movimentos que também lutam contra as imposições da hidra capitalista. Pensando na necessidade de mobilizar-nos juntos e seguir liberando espaços.
Convocamos a um encontro no dia 7 de agosto, às 10hs, no Rio Elba, esq. Melchor Ocamp #424.
Julho 2016.
Desde a Casa em Movimento Chanti Ollin.
Tradução > KaliMar
agência de notícias anarquistas-ana
Na tarde sem sol
folhas secas projetando
sombras em minh’alma.
Teruko Oda
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!