Texto publicado na página vforvolos.gr.
Morreu o trabalhador de 35 anos G. Stamelos em um programa de “trabalho de interesse social” de cinco meses de duração. Trabalhava fora de sua jornada laboral no setor de limpeza. Há três meses e meio o trabalhador de 35 anos tropeçou nas obras realizadas em Megara enquanto subia ao caminhão de limpeza e se machucou caindo no asfalto com a cabeça. Recebia 16,60 euros por dia. Neste posto trabalhava ilegalmente, sem a segurança social dos trabalhos penosos e insalubres, e sem ter assinado o contrato de trabalho relativo. Não se trata de um caso único, já que milhares de trabalhadores em programas de “trabalho de interesse social” de cin co meses trabalham ilegalmente e fora do seu horário de trabalho como “beneficiários”.
Tampouco a morte de um homem de 35 anos foi um acidente. Constitui, no entanto, a gota d’água. O chamado “trabalho de interesse social” dos programas de marco estratégico nacional de referência, que reflete a queda do índice da taxa de desemprego, é a realidade da barbárie capitalista do governo, que tira proveito do desemprego de milhares de pessoas.
Milhares de desempregados desesperados apresentam pedidos de participação nos programas de cinco meses de duração do marco estratégico nacional de referência. Na grande maioria dos casos as condições de trabalho durante esses cinco meses são de exploração extrema, já que o denominado “beneficiário” trabalhará duramente, e muitas vezes será tratado da pior maneira possível pelo patrão – “contratante”. Geralmente, o “beneficiário” recebe uma parte de seus honorários dois meses depois, enquanto que o resto recebe muitos meses depois de finalizado o programa. Além d o mais, ultimamente a dedução fiscal parece ser “esquecida” pelo Ministério das Finanças, destinando-se este dinheiro aos fundos do Estado.
Não conhecem o anteriormente citado Instituto Nacional de Emprego, as escolas de formação relativas e o governo? Claro que os conhece. Se alguém espera que o Estado se sensibilize pelo que sofrem os trabalhadores, os desempregados, os que não trabalham sem a segurança da previdência social, os aposentados, etc… têm falsas ilusões. São falsas ilusões que intencionalmente os aparatos do Sistema colou no inconsciente da sociedade. Os meios de desinformação massivos, a escola e a família te ensinam desde que era uma criança que o Sistema, ou seja, a máquina de moer carne, é bom e que tu deves deixar ser picado (moído) nesta máquina, a fim de ser “aceito” pela sociedade como um bom trabalhador e boa dona de casa.
Dessa forma, o governo da moderna socialdemocracia, considerada “esquerdista” e seus aparatos estatais, que não são nada mais que as máquinas de picar humanos para lucrar, não estão nada interessados nesta morte, nem vão reduzir o grau de exploração. Os mortos na empresa “Petróleo Grego”, os mortos nas fábricas, os afogados no mar Egeu, os mortos por esquentar-se no inverno com estufas, os que cometeram suicídios, os assassinados pelas forças repressivas, os assassinados por fascistas, não deixarão de figurar na lista sangrenta do sistema bem “afinado”.
Não é suficiente não esquecer-se dos mortos. Não são suficientes as lágrimas e a indignação. Nossas mãos são as que machucarão esta máquina. Não o fará nenhum outro por nós. Porque nenhuma vida custa menos ou mais que outras. Se não lutamos por nossa liberdade, por viver em outra sociedade, a máquina seguirá moendo vidas e seguirão existindo textos como este sobre a morte.
Porque a vida não se ganha com a mão estendida, senão com o punho levantado.
O texto em castelhano:
http://verba-volant.info/es/los-programas-de-trabajo-de-interes-social-huelen-a-muerte/
Tradução > KaliMar
agência de notícias anarquistas-ana
no aconchego da terra
a semente
vive a espera
Eugénia Tabosa
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!