Aproximadamente mil pessoas se manifestaram neste domingo (21/08) no centro de Istambul pelo assassinato da ativista e prostituta transsexual Hande Kader, de 22 anos. O corpo mutilado e queimado da jovem apareceu no dia 12 de agosto no bairro de Zekeriyakoy em Istambul. Seus amigos a haviam visto pela última vez subindo no carro de um cliente.
“Queremos morrer de causas naturais” dizia a principal faixa da manifestação. “Quase nenhuma chega aos 60 anos, menos ainda se se vêem forçadas a exercer a prostituição”, disse Esra, prostituta transsexual que deixou seu posto em uma rua próxima para acudir a manifestação. “Nos matam e nos esquecem. E ninguém nos protege”, adiciona. A polícia, que rodeou em todo momento a concentração, não permitiu uma marcha pela rua Istiklal, centro habitual dos protestos, e por isto a manifestação se reduziu a um breve encontro. “Estou muito triste pelo seu assassinato. Tomara que sirva para poder muda r algo e para que tenhamos mais direitos”, disse Ramtin, um ativista LGBTI e amigo de Hande. “Ela estava em todas as manifestações e não merecia isto, bom, ninguém merece morrer assim”, adiciona. “Apesar de tudo, estamos caminhando para atuar”, comenta.
Vários coletivos LGBTI e feministas acudiram ao protesto, e também cidadãos que normalmente não são ativistas, como Ezgi. “Não sabia quem era, mas através de amigos me chegou sua imagem, a do dia do orgulho gay. Temos que fazer justiça, não se podem esquecer estes assassinatos”, explica. Os manifestantes gritaram palavras de ordem a favor da justiça e da liberdade e pelos direitos dos transsexuais, como “Hande Kader está aqui, onde estão os assassinos?” ou “Um assassinato trans é política”.
Hande Kader se converteu em um ícone ativista trans ao aparecer em numerosas imagens do dia do Orgulho Gay em Istambul. Uma marcha que foi proibida pelo governo de Recep Tayyip Erdogan. Mesmo assim, os ativistas saíram para a rua e se enfrentaram com a polícia, que disparava balas de borracha e gases lacrimogêneos.
Seu assassinato ocorreu duas semanas após a decapitação de um jovem homossexual sírio em Istambul.
Segundo um informe da Transgender Europe, a Turquia tem a taxa mais elevada de assassinatos transsexuais da Europa. O hashtag #HandeKaderSesVer (Façam barulho por Hande Kader) deu visibilidade a seu assassinato, que apenas apareceu nos meios locais turcos.
Desde o ano de 2008, 45 mulheres transsexuais foram assassinadas na Turquia. Apesar da homossexualidade não ser um delito na Turquia, a homofobia está muito difundida. Segundo o centro de estudos PEW, quase 80% dos turcos acreditam que a homossexualidade é “moralmente inaceitável”.
Fonte: agências de notícias
Tradução > PF
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nenhuma flor resta
os troncos abatidos
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Núbia Parente
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!