Como muitos já sabem, na noite de quinta-feira (16/08) um supremacista branco atacou violentamente um casal interracial no centro de Olympia. Usando uma faca, o homem apunhalou uma pessoa e cortou a outra. Felizmente os ferimentos não foram fatais. O agressor, identificado como Daniel Rowe, foi preso após uma perseguição e imobilizado por uma das vítimas.
Sob custódia ele demonstrou seu suporte à polícia em sua guerra contra o povo Negro. De acordo com um artigo, “Ele falou diversas vezes à polícia que estava defendendo-os e que os apoia”. Documentos do tribunal mostram que o suspeito falou que “sabia que eles não podiam atacar grupos de negros nas ruas, então queria avisar que ele cuidaria disso para nós. Que ele é capaz de lutar essas batalhas e vai continuar combatendo todo o pessoal do movimento Black Lives Matters [Vidas Negras Importam]&rdq uo;.
De acordo com fontes de notícias, ele afirmou que foi motivado pela marcha antipolícia que ocorreu na noite de domingo, em solidariedade com a revolta em Milwaukee. Essa manifestação informal na verdade não era afiliada com nenhum grupo do BLM, embora fosse erroneamente descrito como tal pela mídia local.
Essa não é a primeira vez que neonazistas atacaram pessoas em Olympia. Mais notável é um caso de 1992 onde um jovem ásio-americano, Robert Buchanan Jr, foi morto a pauladas por skinheads. Essa também não é a primeira vez que racistas demonstraram suporte ao Departamento de Polícia de Olympia. Muitos cidadãos lembram do ano passado, quando um grupo de supremacistas brancos associados à gangue neonazista da prisão (conhecida como Hammerskins) fora m violentamente expulsos da cidade por um grupo de antirracistas. O conflito surgiu quando os nazistas tentaram aumentar sua presença nas ruas da cidade depois de uma série de protestos antipolícia que ocorreram após o assassinato de dois homens Negros pela polícia, em maio de 2015.
Esse ataque recente em Olympia pode ser melhor entendido no contexto de uma grande estrutura de terrorismo racial. Essa é a mesma lógica evidente no assassinato de nove pessoas Negras em Charleston cometido por Dylan Roof e no tiroteio que vitimou cinco pessoas em protestos do BLM em Minneapolis, em junho e novembro do ano passado, respectivamente. Parece que esses ataques terroristas pretendem dissuadir a resistência antirracista pela força-bruta. Essas retaliações buscam criar uma atmosfera de medo, com promessas de violência em troco pela rebelião para reenforçar a ordem racista.
No entanto, o terrorismo racista não é nada novo. Desde a fundação dessa terra roubada chamada América, a brancura foi violentamente construída e mantida para dar coerência ao difuso sistema de dominação. Ela era e ainda é uma forma de controle social inigualável. Como um suborno pela inclusão no privilégio branco, um grande número de pobres brancos desfavorecidos traem sua classe, para identificar-se e dar suporte ao mesmo sistema que os oprime. Isso é claramente refletido nos grupos demográficos que apoiam Donald Trump em sua corrida presidencial . Que outra invenção poderia dividir a população explorada de forma tão insidiosa, turvando e desviando tensões de classe tão efetivamente? Que outra estratégia poderia convencer tão bem trabalhadores pobres que um bilionário tem seus interesses em mente? O que mais poderia atrasar tão efetivamente nossa liberação coletiva?
Esse é um pedido para que não desistam dessa luta, que já tomou tantas vidas. Esse é um apelo para que não caiam nessa armadilha que nos divide, que busca botar toda a culpa da violência nos ombros dos que lutam contra o racismo. É de revirar o estômago que um ataque como esse ocorra em nossa cidade, mas a culpa está no sistema que sustentou um regime racista por 500 anos. A culpa é do aparato policial que desvaloriza sistematicamente as vidas de pobres e pessoas de cor, apoiando a supremacia branca e dominação de classe. Esses ataques extralegais são legitimados instit ucionalmente toda vez que um policial se livra de pagar por um assassinato.
Esse também é um aviso para estarem seguros durante a luta. Os inimigos da liberação são perigosos. Eles são a polícia, os nazistas, as milícias e também os donos de negócios, proprietários e urbanistas. Atenção a todos aqueles que tem sua grande fatia do bolo garantida pela atual ordem social. Esses vão lutar com unhas e dentes para manter seus privilégios. Conforme nossa ameaça cresce, seus ataques se intensificarão.
Contra o mundo que criou a polícia e os nazistas.
Pela expansão da insurreição Negra.
Pela abolição da brancura.
Pela liberdade total.
Fonte: https://itsgoingdown.org/anarchist-response-racist-knife-attack-olympia/
Tradução > Turret
agência de notícias anarquistas-ana
Onde começa, onde acaba
a cabeça, a cauda
da serpente do mar?
Kyorai
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!