Depois de um tribunal rejeitar a queixa dos Standing Rock Sioux, o governo federal decidiu suspender construção do oleoduto que a tribo diz ameaçar terras sagradas e o rio Missouri.
Quando ficar terminado, o Dakota Access Pipeline vai atravessar quatro estados e levar petróleo ao longo de mais de 1700 quilômetros, de Bakken, uma vasta jazida de petróleo situada no Dacota do Norte, Montana e partes do Canadá, até às refinarias da Costa do Golfo dos EUA. Mas agora o governo federal decidiu suspender a construção do oleoduto para ouvir as queixas de mais de duas centenas de associações de índios que acusam este projeto de 3,7 bilhões de dólares e capacidade para transportar até 570 mil barris de petróleo por dia de ameaçar as suas terras sagradas e pôr em perigo as suas fontes de água potável.
“Os nossos corações estão a transbordar, este é um dia histórico para os Standing Rock Sioux e para as tribos de todo o país. As nossas vozes foram ouvidas”, exclamou Dave Archambault II, líder do conselho tribal. Após vários dias de protestos e alguns confrontos entre nativos americanos e membros da empresa privada que garantia a segurança da obra, ontem os Standing Rock Sioux celebraram a decisão dos departamentos da Justiça, do Exército e do Interior. Num comunicado conjunto, estes afirmam que “este caso revelou a necessidade de haver uma discussão séria sobre uma reforma nacional em relação a ter em conta a opinião das tribos neste gênero de projeto de infraestruturas”.
A decisão do governo federal foi conhecida apenas alguns minutos depois de o juiz James Boasberg ter decidido que a decisão de acelerar a construção do pipeline não era ilegal. O governo federal veio depois pedir à empresa responsável pela obra, a Dakota Access para suspender de forma voluntária a construção junto ao lago Oahe. Este é considerado sagrado para os Standing Rock Sioux. Os membros da tribo garantem que as obras abrangem zonas onde estão sepultados os seus antepassados. Àquela tribo, cujo nome significa “Pedras em Pé”, juntaram-se outras e associações de defesa dos direitos dos nativos americanos, gerando o maior protesto de índios num século. Nos últimos dias, estes receberam o apoio de algumas personalidades conhecidas, das atrizes Rosario Dawson e Shailene Woodley à candidata ecologista à Casa Branca, Jill Stein. Segundo um porta-voz dos Sioux, seis pessoas sofreram mordidas de cães (que acompanhavam os seguranças privados) e três dezenas foram atingidas por gás lacrimogêneo.
Do outro lado da barricada estão sindicatos e associações de empresários do setor petrolífero dos estados que o pipeline serviria. Estas emitiram um comunicado a lembrar que se o governo decidir cancelar a obra, “estará a abrir um precedente terrível” e a pôr em causa milhares de empregos. E deixaram o desejo de que a sua decisão final se baseie “na ciência e engenharia”.
Ainda instalados em tendas junto ao local das obras, os membros dos Standing Rock Sioux não se cansam de repetir que vivem naquelas terras há gerações e gerações. E para as defender estão dispostos a continuar ali durante o outono, o inverno e o tempo que for preciso para o cancelamento total do pipeline. “Vamos ficar aqui durante anos”, garantiu ao New York Times Jana Gipp, sentada numa coluna a olhar para o acampamento, antes de acrescentar: “Nunca vamos desistir”.
Fonte: agências de notícias
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agência de notícias anarquistas-ana
Crepúsculo. O sol no horizonte
Vai descendo
Os degraus do monte.
Clínio Jorge
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!