Em 4 de outubro de 2015 completou 75 anos do fuzilamento de Antonio Garcia Álvarez (El Chófer); naquele ano de 1940 e enquanto esperava na Prisão Provincial de Málaga a execução de sua sentença de morte após um Conselho de Guerra, Antonio, um condutor de táxi de vinculação anarquista, escreveu clandestinamente durante os meses em que esteve na prisão, um Livro de Poemas com 67 páginas.
Seu delito para ser condenado à morte: adesão à rebelião militar, por ter se unido voluntariamente como miliciano a uma das Brigadas Populares do exército republicano durante a Guerra Civil Espanhola. Seis meses depois do fuzilamento, em abril de 1941, um indulto coletivo comutava a pena de morte pela de prisão atenuada, mas já era tarde demais.
Esse Livro de Poemas esteve oculto durante décadas no fundo de um armário. Suas páginas liberadas são um veículo de reflexão, como já dissemos, mas há mais. Nem se tivéssemos buscado desde o ponto de vista cinematográfico teríamos encontrado o motor dessa escritura na prisão: uma história de amor. Tudo está escrito para alguém, uma mulher chamada “Maria Roa Jiménez”. A História está em seus versos.
O argumento do documentário
O documentário é narrado em primeira pessoa por José Enrique Sánchez, uns dos autores do filme, e familiar do protagonista que terminou com o livro de poemas de Antonio em suas mãos da maneira mais inesperada, ficou tão fascinado pelo seu conteúdo que se gerou em seu interior a paixão de reconstruir a história daquele homem do que soube que era seu tio-avô. Sánchez se converte no fio condutor de um documentário de investigação que às vezes parece um trailer policial.
Esta viagem de descobertas, que através das vivências do protagonista nos mostra a conflitividade social nos anos da II República e a Guerra Civil Espanhola, está contextualizada para o espectador mediante documentos e imagens de arquivo (algumas inéditas) e de outras fontes em um “ir e vir no tempo”.
Intensa será para o espectador a busca de María Roa, o grande amor de Antonio durante sua permanência com o exército republicano na Sierra Morena Cordobesa, à que dedicava seus poemas escritos na prisão de Málaga. Dela, sabe-se apenas seu nome e sobrenome e provavelmente foi uma dos 32.500 refugiados em Villanueva de Córdoba empurrados pela frente da guerra.
Encontrá-la ou encontrar sua tumba para cumprir a última vontade de Antonio de fazer chegar seus poemas, expressada na carta de despedida à sua irmã Mariana, se converte no objetivo essencial na narração. Ítaca é o caminho, sim. Mas também a chegada à ilha, neste caso. E somente ao final o espectador descobrirá seu desenlace.
Poemas de amor de un condenado a muerte
José Enrique Sánchez e Jorge Peña
215 Págs. + DVD
Autoedição
DL: MA449-2016
VideoSur TV
Preço: 20,00€
Fonte: http://fal.cnt.es/tienda/node/634
Tradução > KaliMar
agência de notícias anarquistas-ana
Virada do morro:
Ipê e seu grito amarelo
perpendicular.
Eolo Yberê Libera
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!