“Tinha que haver sacado a navalha antes que a serpente aparecesse, ou antes de que trepasse na árvore”.
No dia 28 de setembro de 2016, na prefeitura de Réthimno ocorreu uma sessão do conselho municipal, com a finalidade de debater sobre a questão dos refugiados que vão se instalar na ilha. Em razão disso, há alguns dias se publicou um chamamento anônimo para um protesto fora da prefeitura, com o fito de impedir o conselho de tomar uma decisão a favor de mencionada instalação. O chamamento xenófobo falava, de maneira inteligível, de nações, pátrias, genocídios e expulsão dos gregos e cretenses pelos “estrangeiros”. Os protagonistas de tal propaganda, assim como dos incidentes de 28 de setembro, eram membros da “Associação de ajuda mútua entre os devedores de Réthimno”, que acabou por se tornar um núcleo ultradireitista na cidade. Depois do fiasco total em consolidar o [partido] Aurora Dourada em nível local, os nazis locais tem buscado uma maneira de penetração nas estruturas locais como “cidadãos indignados”, que esperaria que protegesse o direito à moradia, independente de nação, sexo, pele ou religião. Mas andavam difundindo mentiras, enviando mensagens a celulares afirmando que as casas expropriadas dos gregos são entregues para estrangeiros.
Os protagonistas do incidente foram vários dirigentes do Aurora Dourada, os quais estando acompanhados por neonazis de outras cidades, proxenetas, provocadores e vários “chefes de clãs familiares” de Réthimno e Sfakiá, que além de ameaçar vários antifascistas lançaram contra os mesmos extintores, paus e cadeiras.
O grande protagonista do dia, sem dúvida, foi a Direção Geral da Polícia de Réthimno, a qual atuou com excesso de zelo, protegendo e apoiando na prática aos fascistas. Os incidentes finalizaram com os policiais disparando gás lacrimogêneo ao lado de uma escola primária com alunos em seu interior. O cúmulo foi a perseguição sem motivo algum dos antifascistas pelos policiais, estes disparando gás lacrimogêneo contra aqueles, com espancamentos em meio aos ônibus, turistas e transeuntes. Quatro pessoas foram detidas preventivamente (das quais duas foram presas um pouco mais tarde), enquanto que uma mulher antifascista foi agarrada pelo cabelo e arrastada por cerca de trinta metros por policiais paisanos. A responsabilidade dos dirigentes da Polícia Grega é clara.
Somos conscientes dos tempos (nos quais vivemos) são difíceis, sem embargo, faz muito tempo que optamos por sermos humanos. A questão migratória é muito grande e existem discrepâncias entre as sociedades europeias. Ao mesmo tempo é um desafio para todos saber quanto de dignidade que nos sobrou.
Tolerância zero com a violência policial! Tolerância zero com a xenofobia e o racismo!
Ação Antifascista de Réthimno
O texto em grego:
http://mpalothia.net/rethymno-anakinosi-tis-adre-gia-ta-chthesina-gegonota/
O texto em castelhano:
Tradução > Liberto
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agência de noticias anarquistas-ana
desapercebido, o
vento tropeçou nas páginas
do livro aberto
Léo Prudêncio
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!