“A grande divulgação que recebeu o mural através de redes sociais, meios de comunicação (…) o converte em um mural que já está pintado no imaginário da sociedade boliviana”, disse Maria Galindo
Um grupo de pessoas cobriu com tinta branca um mural crítico com a Igreja Católica e o Estado pintado na fachada de um museu de La Paz pela agrupação feminista boliviana Mujeres Creando.
Todos os símbolos que se referiam à Igreja Católica foram cobertos, nesta terça-feira (11/10), por dezenas de pessoas enquanto rezavam “Ave Marias”, de acordo com vídeos publicados nesta quarta em meios locais.
Esta ação foi qualificada de “censura” e “fanatismo” pela ativista de Mujeres Creando, Maria Galindo.
“A grande divulgação que recebeu o mural através das redes sociais, meios de comunicação (…) o converte em um mural que já está pintado no imaginário da sociedade boliviana. A reação de cobri-lo é uma reação que não é de crítica, mas sim de censura, de fanatismo, que pretende ocultar o que é inocultável”, disse Galindo.
“Ave Maria cheia eres de rebeldia”, “Nem a terra nem as mulheres somos território de conquista”, “Que Deus fique órfão, sem mãe, nem virgem” são algumas das frases que as integrantes de Mujeres Creando pintaram na fachada do Museu Nacional de Arte e que ficaram cobertas.
Este grupo de mulheres foi convidado para participar da IX versão da Bienal de Arte Contemporânea da Bolívia, que começou nesta terça, entre os protestos de pessoas que consideravam o mural ofensivo.
A Bienal e o Ministério de Culturas outorgaram a Mujeres Creando o espaço no Museu Nacional de Arte e elas aproveitaram que na terça se celebrou o Dia da Mulher Boliviana para criticar a submissão da mulher no país andino.
Galindo considerou “muito grave” o fato de que o Museu Nacional de Arte não tenha sido capaz de impedir que o mural tenha sido coberto.
“Uma coisa são as críticas, as exaltações (…) e outra é cobri-lo. Para mim, é o signo de um fundamentalismo religioso fanático que estava presente, disse Galindo.
A Bienal contará com mais de 200 convidados de 26 países, incluídos Espanha, Brasil, Camarões, Canadá, Chile, Lituânia, Moçambique, Noruega, Nova Zelândia, Paraguai e Senegal.
Durante um mês, sob o conceito de “Ver com os ouvidos: poéticas das temporalidades”, este evento ocupará espaços tradicionais e alternativos de La Paz com mais de 20 exposições de arte.
Fonte: agências de notícias
Tradução > KaliMar
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agência de notícias anarquistas-ana
As mãos conchadas de pegar,
mas o pássaro,
mais leve, voa!
Soares Feitosa
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!
Um puta exemplo! E que se foda o Estado espanhol e do mundo todo!
artes mais que necessári(A)!
Eu queria levar minha banquinha de materiais, esse semestre tudo que tenho é com a temática Edson Passeti - tenho…
Edmir, amente de Lula, acredita que por criticar o molusco automaticamente se apoia bolsonaro. Triste limitação...