Da No More Presidents
Desde a noite da eleição, o clima na cidade de Nova Iorque mudou muito e se tornou um estado de inquietação social normalizada. No dia seguinte, milhares foram às ruas para protestar contra a acensão formal do líder neo-reacionário Donald J. Trump ao trono americano. Passeatas saíram da Praça Union toda hora, enchendo a 5ª avenida de uma horda de resistência não vista desde dezembro de 2014 e desde a Ocupe de 2011. E ssa multidão ocupou quadras da 5ª avenida do lado de fora da Torre Trump por mais de oito horas, reunindo nas ruas uma coalizão ampla de liberais, progressistas, socialistas, veteranos do Ocupe, organizadores do Black Lives Matter, gays radicais e resistência indígena.
Apesar dos números, os conflitos sociais na multidão irromperam entre três facções vagamente distintas: apoiadores de Trump, pacifistas liberais e organizadores radicais. Mulheres de diversos grupos de afinidade da Black Lives Matter relataram que houve policiamento do tom por parte de velhos ativistas brancos que as perseguiram agressivamente por estarem usando uma “retórica violenta”. Outras camaradas relataram terem sido sexualmente assediadas tanto por trumpistas quanto por liberais. Um bloco anticapitalista foi atacado por um grupo de liberais por terem queimado uma bandeira americana, os pacifistas agressivos roubando máscaras dos camaradas.
No sábado, 5 de novembro, mais de 100 mil pessoas tomaram Manhattan, com a multidão ocupando desde a rua 56, em frente à Torre Trump, até a rua 17 na praça Union. Mesmo tendo esta sido considerada pela mídia como a maior manifestação da história de Nova Iorque, os ativistas eram predominantemente brancos, hétero e liberais. A violência e a agressão vividas pelos camaradas negros por parte dos assim-chamados “aliados” liberais afastou os elementos radicais. Fica claro que a maioria desses a tivistas nem chagavam a ser progressistas como Bernie Sanders, mas ficam firmes em seu compromisso com a Hillary Clinton. Palavras de ordem como “Ame o ódio ao Trump” e “Não é meu presidente” refletem um grande mal entendido quanto às forças sociais que levaram à eleição de Donald Trump.
Por causa disso, as forças anticapitalistas, anticoloniais e antiautoritárias começaram a organizar-se de modo independente. Os camaradas já enfrentaram pichações da suástica em Crown Heights, encararam a violência da polícia no Harlem e já desenrolaram uma faixa na ponte Manhattan. Tem sido uma luta exaustiva fazer frente à violência e à propaganda pró-Trump, mas vemos cada vez mais camaradas nas ruas. Depois de um longo marasmo, finalmente parece que Gotham está despertando.
Isso tudo não significa que esses camaradas se oponham às massas ou que não vejam o propósito tático de aproximar-se de progressistas, mas os choques culturais devido aos diferentes modos de resistência deixaram os nossos camaradas profundamente marcados. Até que o movimento #NotOurPresident mude a sua ofensiva, sua agressividade e seu comportamento pacificador violento, os radicais vão se recusar a organizar-se junto com eles. A esquerda precisa construir infraestrutura de resistência e isso requer números. Os ra dicais esperam ganhar mais liberais para o nosso lado e, talvez, a oportunidade esteja nos apoiadores mais militantes de Bernie Sanders.
Se esses “aliados” podem se tornar camaradas de fato, só o tempo dirá. Enquanto isso, nós nos organizamos.
#NoMorePresidents
Fonte: https://itsgoingdown.org/nyc-liberalism-dead-nomorepresidents/
Tradução > G Montenegro
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https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2016/11/14/eua-nao-havera-transicao-pacifica/
agência de notícias anarquistas-ana
O flautista tocou
A criança gostou
E o coração marcou
Silvio Feitosa
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!