Como todos os anos, neste 21 de novembro de 2016, fizemos uma visita no túmulo onde descansam os restos mortais do companheiro Ricardo Flores Magón [16/09/1873 – 21/11/1922], a fim de homenagear sua memória, suas ideias, sua luta, sua vida, e recordar o seu covarde assassinato há 94 anos na penitenciária de Leavenworth, nos Estados Unidos.
Só mediante o vil assassinato, eles conseguiram arrebatar a voz de Ricardo, que nunca fraquejou, nem diante da perseguição, da prisão, ou do declínio de sua saúde com a qual empalideceu seu corpo prisioneiro e doente. E mesmo com sua imposta e covarde sentença de morte, eles não conseguiram silenciar essas ideias anarquistas que Ricardo, juntamente com seus correligionários, desfraldava sob a bandeira de “Viva Tierra y Libertad”, com o qual eles semearam as terras e as mãos camponesas e operárias desta regi ão do mundo.
Ricardo e seus companheiros do Partido Liberal Mexicano, postularam desde o início do século XX a luta contra o ditador Díaz; levantando desde muito cedo a bandeira da revolução, que gradualmente foram transformando em vozes anarquistas que embalaram a história mexicana com suas ideias e suas ações. Dentre eles saíram os principais postulados revolucionários, com tal força, que se quer os que acabaram com a revolução puderam ignorá-las.
Suas vozes foram insistentes e seus gritos frontais de liberdade, que se recusaram a ser submetidas ante qualquer poder político – nem mexicano ou norte-americano. Só com o assassinato vil e covarde puderam cortar essa voz irredutível, mas não silenciaram suas ideias, fecundas, livres, anárquicas.
Como todos os anos, chegamos, sim, poucos, parece que cada vez menos, a colocar a bandeira negra da anarquia na sepultura de Ricardo, junto com flores de liberdade, falando da sua memória, das suas ideias que ainda estão vivas e latentes, que, com todas as nossas faltas, nossos erros, nossas limitações, que são muitas, continuamos aqui, sob o lema de “Viva Tierra y Libertad”.
Quando eu morrer, talvez meus amigos escrevam em meu túmulo “Aqui jaz um sonhador”; e meus inimigos “Aqui jaz um louco”. Mas não haverá quem se atreva a escrever esta inscrição: “Aqui jaz um covarde e traidor de suas ideias”. Ricardo Flores Magón
Conteúdo relacionado:
agência de notícias anarquistas-ana
Na soleira do sítio
a graúna canta
ao silêncio do sol.
Anibal Beça
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!