Uma colônia menonita no interior do Paraguai que tem a paz perturbada com a nazificação de alguns dos seus moradores nos anos 1930 e 1940. Parece argumento de filme, mas este é o ponto de partida do livro Entre a Suástica e a Cruz – A fé menonita e a tentação totalitária no Paraguai do historiador curitibano Wilson Maske. A obra, fruto da tese de doutorado do autor, foi lançada no último dia 22 de novembro, em Curitiba (PR).
Entre a Suástica e a Cruz relata um fato real ocorrido na colônia de Fernheim, no Paraguai, no período entre 1933 e 1945, quando um grupo de jovens (os völkisch) guiados por um líder carismático tenta transformar sua vida e a de sua comunidade pela adoção dos princípios radicais do nacional-socialismo. Mas, como a ideologia nazista tinha características inconciliáveis com a doutrina menonita, fortemente assentada em valores cristãos e pacifistas, o movimento encontrou resistência até ser totalmente sufocado dentro da colônia.
O relato apresentado por Wilson Maske no livro Entre a Suástica e a Cruz é entendido como um episódio único na História. Este fato torna a leitura ainda mais instigante e cheia de detalhes curiosos a serem desvendados pelos capítulos.
À primeira vista, o caso se mostra como uma simples querela religiosa. Posteriormente, percebe-se que o fato tem raízes bem mais profundas do que a princípio se imaginara e que remontam a características da sociedade germânica, à qual a comunidade menonita está ligada. “Pode-se até dizer que o evento de Fernheim repete em escala micro, o drama que se desenrolou na Alemanha nesse mesmo período, no qual os nazistas assumiram o governo do país e estabeleceram uma ditadura totalitária. Mas, diferentemente do que ocorrera na Alemanha, a pequena comunidade de Fernheim percebeu a forte contradição entre nazismo e cristianismo, enfrentou o movimento völkisch e derrotou-o”, narra Maske.
Sob a justificativa de resgatar a juventude “rebelde” e desestimulada da colônia de Fernheim, professores locais, liderados por Fritz Kliewer, iniciaram um trabalho de divulgação do nacional-socialismo designado de Movimento Völkisch. Aos poucos o movimento dividiu a colônia e passou a inquietar os menonitas adultos e anciãos. Kliewer chegou a ser diretor da escola de Fernheim e a colocar no comando administrativo da colônia outro seguidor da ideologia nazista. “Os menonitas tradicionais passaram a enxergar o perigo nazista como algo anti-cristão e buscaram ajuda junto ao governo paraguaio e ao Comitê Menonita da América do Norte”, relata Maske.
Num momento da história em que a civilização vive uma crise humanitária movida pela intolerância religiosa e racial, a leitura de Entre a Cruz e a Suástica se torna ainda mais interessante.
Fonte: agências de notícias
agência de notícias anarquistas-ana
Vi de uma lagarta:
faço um casulo de lã
na noite gelada.
Anibal Beça
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!