Neste post publicamos a primeira parte de um texto da Associação sindical de trabalhadores em papelarias, livrarias, editoras e meios digitais de Ática, sobre a chamada “Black Friday”, apesar de que cremos que para analisar e opor-se a esta barbárie consumista anti-trabalhadores não é suficiente focar só nos perigos que existem para os trabalhadores, do congestionamento dentro das lojas e da conduta agressiva dos consumidores para com eles. No s próximos dias publicaremos a segunda parte.
Com orgulho excessivo a cadeia de grandes armazéns Public informou ao público consumidor, através de uma campanha publicitária, que o 25 de novembro de 2016 traria pela primeira vez à Grécia a “Black Friday” (Sexta-feira Negra). Trata-se de uma instituição procedente da América, com umas “ofertas únicas por umas poucas horas”. A notícia foi difundida por vários meios informativos, eletrônicos ou não, como uma in iciativa pioneira.
No entanto, parece que ninguém buscou um pouco mais o quê significa realmente esta tal “Black Friday”, tanto com respeito aos hábitos consumistas que introduz, como com respeito à surra que constitui para os trabalhadores nas lojas comerciais. Tampouco alguém fez alguma referência às condições caóticas que acontecem dentro das lojas (na Internet há uma infinidade de vídeos relativos), ou às mortes e as lesões que acontecem e estão associados a ela (7 e 98 respectivament e nos Estados Unidos. Ver blackfridaydeathcount.com). Os consumidores, que podem ficar horas inteiras esperando fora das lojas para aproveitar as ofertas, acabam pisoteados e esmagados, literalmente entre eles. E desde logo sua obsessão arrasta os trabalhadores, que além dos horários comerciais estendidos e o trabalho intensificado que lhes impõem durante a “Black Friday”, tem que atender ou confrontar-se com os consumidores raivosos. Também tem que confrontar as agressões dos consumidores, que arrasam tudo na sua passagem, ao passar pelos corredores buscando ofertas. De fato, em 2008 um trabalhador de 34 anos do Walmart perdeu sua vida ao ser literalmente pisoteado por uns 200 consumidores.
Esta é a instituição que com tanto orgulho traz Public à Grécia. Obviamente, esta imbecilidade da patronal não é uma exceção. É uma faceta (algo “obscura”) da ofensiva dos patrões e do sistema capitalista em geral, contra nossos interesses e direitos, contra nossa vida e dignidade. Vem completar a situação lúgubre que estamos vivendo, com os salários lixo, com os salários que não são pagos, com as demissões e o desemprego, com a precariedad e, com os contratos individuais, com a intensificação e as horas extras não pagas, com o trabalhar no domingo e de pé…
E se é claro que nós não estamos interessados nos “preços baixos”, ao ouvir falar das “ofertas” que oferece Public durante a “Black Friday” (e sobretudo em um período em que tem lucros), em seguida nos ocorrem os “salários lixo” que cobram nossos companheiros de trabalho. Parece que para a patronal da Public os “preços baixos” vão juntos com os salários baixíssimos-humilhantes de seus trabalhadores.
De nossa parte não vamos parar de divulgar a arbitrariedade da patronal, e de tratar de freá-la. Já em 2006 divulgamos uma arbitrariedade a mais da patronal da Public, a qual impôs aos trabalhadores trabalhar no domingo e ao mesmo tempo organizou um concurso fotográfico cujo título era “Nossos domingos”.
Dirigindo-nos a nossos companheiros de trabalho, queríamos incitá-los a limitar-se a suas obrigações convencionais. Queremos deixar bem claro que nós, os trabalhadores, nos negamos a ser as vítimas ou os domadores no circo consumista montado pelos patrões que não tem o menor escrúpulo.
Ao mesmo tempo chamamos à patronal da Public a pôr fim a estas ações. Em todo caso, para nós é responsável por qualquer problema que surja, sobretudo a nossos companheiros de trabalho.
Por último, dirigindo-nos aos consumidores, não podemos deixar de pedir-lhes que pensem em sua responsabilidade pelas situações caóticas-perigosas que se dão, tanto nas “Black Fridays”, como em outros momentos de avalanche humana dentro das lojas. Também, lhes pedimos que não procedam à mínima agressão contra nossos companheiros de trabalho. E notamos que nós, os trabalhadores, nem somos nem seremos os produtos do consumo canibalesco.
As “Black Fridays” dos patrões-depredadores contribuem à confecção de consumistas desumanos. Enegrecem ainda mais as vidas dos trabalhadores.
Associação sindical de trabalhadores em papelarias, livrarias, editoras e meios digitais de Ática
O texto em grego:
https://bookworker.wordpress.com/2016/11/21/kafrila-black-friday-public/
O texto em castelhano:
http://verba-volant.info/es/sobre-el-black-friday-parte-i/
Tradução > Sol de Abril
agência de notícias anarquistas-ana
Oh cruel vendaval!
Um bando de pequenos pardais
agarra-se à relva.
Buson
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!