Um ano agitado, sem sombra de dúvidas, foi o que se viveu desde a trincheira antiautoritária na baía de Antofagasta. À realização de atividades temáticas por parte da Sociedade de Resistência, do Grupo Pampa Negra e do Jornal Anarquista El Sol Ácrata; à proliferação de feiras de propaganda antiautoritária (Agreste Eclosión, Feira Libertária El Gato Negro e Desértica Libros) e iniciativas de comida vegana (Jëngibre), se somaram a uma grande notícia; a abertura do Espaço Autônomo Social Yareta, que pretende ser um verdadeiro semeador de ideias e práticas de liberdade na costa do Deserto do Atacama.
Inaugurado recentemente, em 30 de outubro, em uma tremenda jornada, este espaço localizado na população O’Higgins de Antofagasta, resgata o nome da ancestral e resistente vegetação do planalto, Yareta, de propriedades medicinais e que quase foi levada ao desaparecimento por conta da mega extração de minério e a cumplicidade do governo chileno. Vale destacar, que foram encontradas espécies de até 3.000 anos, cuja enorme capacidade para resistir a condiç ões climáticas adversas só é possível de “sortear com picota em mãos”.
Em sintonia com estas características, o E. A. S. Yareta pretende gerar dinâmicas de resistência à exploração, dominação e saques neste território, para o qual orienta sua atividade com base em quatro princípios: Autogestão, Autonomia, Apoio-mútuo e Horizontalidade. Entre as iniciativas que hospeda se destaca a Biblioteca La Camanchaka, cuja abertura foi recebida calorosamente pelos vizinhos/as e afins que têm vindo demonstrar solidariedade, seja doando livros, se cadastrando como sócios /as ou pedindo materiais emprestados. Outra instância que começou recentemente neste Espaço Autônomo Social, é o “Ciclo de Cine: Pela Libertação da Terra”, que, ao longo de novembro e parte de dezembro tratará mediante material audiovisual e debates coletivos, a problemática do saque extrativista, o modelo neoliberal e sua devastação na região chilena. Também foi criado um grupo de estudo e preparação para a estandardizada PSU, que está tomando bons caminhos. Organismos aos quais serão adicionados, em breve, uma série de oficinas práticas para coletivizar conhecimentos e promover a autonomia. Sem dúvidas, virão muito mais atividades – como as “Sessões Ácratas”, convocadas pelo Grupo Pampa Negra para o fim do mês -, que esperamos permitam seguir incrementando ainda mais este espaço d e criatividade, experimentação e execução de nossas ideias de autonomia e emancipação.
Para continuar semeando a liberdade no Deserto, na costa, nos pampas e nas terras altas.
Viento Norte
Grupo El Sol Ácrata
Desde os rochedos de Antofagasta
periodicoelsolacrata.wordpress.com
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agência de notícias anarquistas-ana
chuva torrencial
sob a laje de concreto
um casal de pardais
Jorge Lescano
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!