Uma e outra vez, você ouve a mesma pergunta: O que é a anarquia? No que se baseia o anarquismo? No que acredita um anarquista? Uma e outra vez se responde, impregnando cada resposta com o selo individual, a variação do próprio pensamento, de ótica própria, que não aceita definições previas, nem articula suas ideias com base em livros oficiais. Para descobrir a anarquia, a razão deve ser livre, devemos nos livrar da obediência.
No entanto, o conjunto de respostas que encontramos ao longo do tempo, é o pronunciamento do sexo masculino sobre o anarquismo. Além disso, e como um reflexo de uma sociedade patriarcal, o trabalho intelectual de milhares de mulheres permaneceu relegado a de fontes bibliográficas, contribuindo para um processo de esquecimento de suas ideias, tarefas e propostas.
Isto é, sem dúvida, um dos grandes erros do anarquismo no seu desenvolvimento atual. O diálogo com referentes do passado cai automaticamente em figuras masculinas, enaltecidas pela sua ampla divulgação em nossa língua nas últimas décadas, restringindo consideravelmente outras vozes do campo de ideias que constitui o pensamento anarquista.
Por esta razão, reunimos as perspectivas de 17 mulheres anarquistas sobre a anarquia, o anarquismo, as e os anarquistas ou o sentir anárquico feminino, como diria Juana Rouco Buela. Não são necessários grandes prólogos ou estudos científicos para vislumbrar a lúcida mensagem das mulheres anarquistas. Suas vozes, dispersas no globo e distribuídas no curso do tempo, não almejam qualquer ordem cronológica ou classificação. Cada uma delas têm seu próprio selo. Estão vivas, cantando com clareza a nossos violentos e servis tempos.
As anarquistas, em geral, cultivaram também a literatura. Suas prosas destacam a infinita flora da anarquia. Obra fecunda, o crisol de suas ideias é imenso. As páginas que vem em seguida reúnem as mulheres do Chile, Argentina, Uruguai, Brasil, Estados Unidos, Reino Unido, Itália e Espanha, tratando desde diversos ângulos sobre os sentimentos anarquistas, o pensamento ácrata e sua ação, a ética libertária.
“A Ideia: perspectivas de mulheres anarquistas” é o primeiro volume da Coleção Libertárias. Os próximos títulos abarcarão outros grandes temas que encontram fio comum nestes amplos campos, a saber, a sexualidade, o amor livre, o corpo, a educação, a emancipação feminina, o trabalho, e os sindicatos.
agência de notícias anarquistas-ana
Sossego da noite
O canto dos grilos
Aumenta minha paz
Carollyne Correa dos Santos
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!