A 7ª edição da Feira do Livro Anarquista de Porto Alegre iniciou no sábado, 26 de novembro de 2016. Com 14 expositores inscritas, com o passar do dia foram se somando à feira diversas bancas espontâneas com livros e zines, camisetas, cartazes, sementes e mudas de plantas alimentícias para troca e doação, lotando o pátio central da Ocupação Pandorga.
As atividades começaram pela manhã, quando bate-papos agendados para salas específicas do espaço aconteceram no próprio pátio da ocupação, envolvendo pessoas interessadas, expositoras, organizadoras da feira e membros do coletivo Pandorga. Com o passar do tempo a feira foi ganhando mais corpo e mais atividades simultâneas, e assim começaram a tomar a ocupação como um todo. Enquanto na Ludoteca, crianças da comunidade Cabo Rocha faziam uma oficina espontânea de corte de cabelo, no Cinema se debatia o colapso do industrialismo. Em outros espaços rolavam lançamentos de livros, um chamado ao confronto à Democracia, a exibição de uma animação dos Estúdio Ghibli e uma oficina de Kali (defesa pessoal).
Coletivos anarquistas apresentaram novos lançamentos como o livro Anarquia Viva!, da Editora Subta, 42 Formas de Construir Uma Sociedade Liberada Para Além do Capitalismo, da AntiEditora e Sacco e Vanzetti, A Vigência da Solidariedade Anarquista. Estava sendo lançado também o livro de contos lésbicos “Por todas as vezes que fiz casa no peito de uma mulher”, de Mariana Diffini.
Na noite do sábado, aconteceram apresentações musicais de Pedro Cassel, Coletivo Visão Periférica e Jepotá, terminando com uma sessão espontânea de rap feminista.
O domingo começou abafado repetindo a dose de calor de sábado, mas a previsão de chuva intimidava um pouco. Apesar da Ocupação Pandorga ter alguns espaços cobertos, muitos outros não tem telhado e a chuva reduziria bastante o espaço da Feira. Mas mesmo com a ameaça de chuva havia um número grande de pessoas participando das atividades e visitando as bancas. Na hora que caiu o pé d’água, todo mundo conseguiu se abrigar no ginásio da Pandorga, desviando das goteiras e enchendo o espa&cce dil;o de energia e auto-organização. E assim a feira seguiu até de noite, com bate-papos, intervenções teatrais, banquinhas, comida e música compartindo o grande ginásio.
O dia acabou com uma assembleia geral de avaliação e conversa sobre a 7ª Feira do Livro Anarquista de Porto Alegre.
Estávamos psicologicamente preparados para lidar com a repressão policial e com a presença de provocadores fascistas, mas o que se provou o maior desafio da 7ª FLAPOA foi lidar com as diversas crianças da comunidade vizinha à Ocupação Pandorga. Elas queriam visitar a feira, correr pelos espaços, vender material (tivemos duas bancas de crianças!). Porém, como a galera da Pandorga nos alertou, era necessária uma supervisão constante, tanto para que a feira acontecesse (o que era desejo de v&aacu te;rias pessoas adultas) quanto pela segurança delas, uma vez que por ser em um complexo que ficou muitos anos abandonado, possui diversos pontos interditados, precários e perigosos (inclusive para adultos). Durante os dias da feira e também na avaliação final, falou-se muito da falta de espaços dedicados às crianças com pessoas voluntárias que se dispusessem a organizar atividades e dedicar atenção a elas.
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