Tal como advertimos… regressamos.
Mediante o presente texto reivindicamos a destruição total do veículo da linha 230 da Transantiago na comuna de ‘Puente Alto’ no dia de hoje (26/12/2016) por volta das 11h30, por meio de um engenho artesanal de caráter incendiário.
Já havíamos tentado isso no passado 18 de agosto com um dispositivo da linha 110 da comuna de Maipú, resultando a ação em fracasso. Nessa ocasião, aprendemos nossas lições e modificamos alguns detalhes operativos para termos a plena certeza de que nossa pequena sabotagem foi totalmente exitosa.
Assim, inutilizamos uma pequena peça do fluxo mercantil que mobiliza majoritariamente os oprimidxs para desacelerar a sinistra engrenagem de produção social e fazer perder, por menor que seja, a mais-valia que gera aos empresários, chefes e mandarins da mais diversa fauna, pois assim temos o atraso temporal e obrigatório dos exploradxs para alimentar suas riquezas através do trabalho assalariado e consumo frenético que ocorrem nessas datas.
Deixamos claros as nossas posições, pois em nossos objetivos nunca estiveram nem xs pobres nem os marginais tanto do campo como da cidade. Prova disso é que escolhemos uma estrada praticamente vazia, mas que se direcionava para chegar ao seu termo para então se reincorporar rapidamente ao fluxo de exploração, consumo e miséria com o qual colabora o meio de locomoção coletiva. Ademais, o nosso artefato estava desenhado para que, na hipótese de haver passageiros em seu interior, emitisse ruído suficiente para avisar o nosso inevitável incêndio intencionado. Para além dessas medidas, desenhamos o nosso plano para somente levá-l o adiante na hipótese de no ponto de deflagração não haver nenhuma pessoa no local, de modo que se assim não o fosse não teríamo s agido.
Estando as coisas de tal modo, não temos porque não dizer, golpeamos certeiramente os bolsos daqueles que não conhecem a precariedade de uma vida economicamente difícil, ao bloquear o fluxo que representa o capital através dessa pequena, porém eficaz, sabotagem, recordando assim que nesse mês nem tudo é consumismo e dinheiro, e que ainda temos muitos motivos pelos quais lutar.
Dedicamos essa ação aos companheirxs Juan Flores Riquelme, Nataly Casanova Muñoz e Enrique Guzmán Amadeo, presxs por diversas colocações de artefatos explosivos, respondendo a altíssimas condenações. Sabotar o fluxo de mercadoria na zona do sul é, em certa medida, uma piscadela de solidariedade com xs companheirxs, que viviam nas proximidades da comuna na qual operamos.
Com esse gesto queremos voltar a saudar aos ingovernáveis companheiros Freddy Fuentevilla Saa, Marcelo Villarroel Sepúlveda e Juan Aliste Veja, todos presos no presídio de segurança máxima em razão do midiático Caso Security. Também enviamos um abraço fraterno para Ignácio Muñoz Delgado, Kevin Garrido e Joaquim Garcia, cativos da Guerra Social por alimentarem a ofensiva revolucionária no Chile.
Uma menção apartada fazemos para saudar a Natália Collado (Tato) que também se encontra prisioneira por realizar uma sabotagem similar a nossa há quase dois anos atrás. Companheira, suas convicções alimentam os nossos sonhos insurretos!
Também queremos aproveitar essa tribuna para recordar que em um passado nem tão distante houve companheiros que foram muito mais além e não se limitaram a sabotar o fluxo mercantil, mas que o recuperaram, expropriando parte do dinheiro com o qual os patrões e chefes do estado/capital nos roubam a vida. Assim, em um exercício de memória combativa, trazemos ao presente Sérgio Valdés, Ignácio Escobar Díaz e Enrique Torres, companheirxs que morreram quando cobriam uma retirada depois de um assalto ao banco Santander em 18 de dezembro de 1991 na cidade de Coquimbo.
Mas não apenas companheiros de aparelhos políticos-militares geravam esse tipo de prática; assim, em afinidade com as nossas ideias, não esquecemos do anarquista Claudio Lavazza, que se encontra cumprindo uma dura condenação depois de assaltar um centro de acumulação de riquezas, paradoxalmente, também em um 18 de dezembro, mas do ano de 1996 na Espanha.
Junto a isso, não podemos deixar passar a oportunidade para recordar de um irmão nosso, que foi um membro ativo desse grupo e que caiu morto na manhã do dia 11 desse mesmo mês, porém há três anos atrás, sob fogo cruzado quando tentava realizar uma expropriação bancária na comuna de Pudahuel. Seguramente Sebastián Oversluij nos teria acompanhado nessa jornada de conspiração se não tivesse sido assassinado por um sicário do capital. Parte dessas chamas insurrecionais vão em sua honra, fazendo desde pequeno gesto uma saudação de liberdade em sua memória.
Com persistência, memória, solidariedade e subversão, continuamos a Guerra contra o Poder!
Tanto ontem como hoje existem motivos pelos quais lutar!
À ampliar o ódio antipatronal!
Enquanto existir miséria haverá rebelião!
Sebastián Oversluij presente!
Circulo Iconoclasta Michelle Angiolillo
Núcleos Antagônicos da Nova Guerrilha Urbana
Tradução > Liberto
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Quem sabe essa
é a última dose?
Millôr Fernandes
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!