Neste livro é trazida a palestra que o companheiro realizou no Centro de Cultura Social em 1965, tratando da história do movimento operário e a análise por ele feita dos desdobramentos das ações anarquistas, dos trabalhadores, do empresariado e do governo.
Descreve ainda algumas das lutas, como a pela jornada de 8 horas do 1º de maio, bem como as aterradoras condições laborais, a exploração do trabalho infantil e da mulher, as formas de violência física praticadas dentro do próprio local de trabalho que resultaram nas famosas greves de 1917, antecessoras de uma das maiores “Greves Gerais” da nossa história.
Famosas para nós anarquistas, pois a elas foi negado o devido lugar na história brasileira por uma historiografia comprometida com seus interesses de classe, muitos historiadores, oriundos das classes dominantes, reproduzindo tão somente o discurso do vencedor ou discursos ideológicos partidários dos marxistas, históricos adversários dos anarquistas nas lutas nacionais e internacionais.
Em 1965, quando foi proferida esta palestra, ou em 1985, quando da refundação do Centro de Cultura Social, esse documento era ainda mais relevante pois a história anarquista era transmitida ainda predominantemente pela tradição oral, contada pelos companheiros que conviveram com o Edgard e tantos outros e outras militantes do passado.
O palestrante conta também muito do que foi a já citada “Greve Geral de 1917”, da qual foi, equivocadamente, considerado mentor intelectual, isso porque existiram inúmeras lideranças, inclusive anônimas, que desempenharam papel significativo nessa luta.
Considerando a importância da Greve Geral de 1917 na história do movimento operário e tendo sido o companheiro Edgard Leuenroth preso, acusado e inocentado em decorrência dela, trazemos também outro importante documento: a transcrição da palestra “A Greve Geral de 1917: História e Cotidiano” realizada no CCS em 1992 por Jaime Cubero, Maria Auxiliadora Guzzo Decca e Margareth Rago.
Os palestrantes trouxeram a memória de diferentes aspectos do cotidiano, dos quais resultaram toda uma forma de organização que, para além do sindicato, envolvia os trabalhadores, seus familiares, donas de casa, jovens e desempregados nas “Associações de Moradores por Bairro” que, ao lado dos sindicatos, foram a espinha dorsal dessa organização que praticamente controlou partes da cidade de São Paulo durante dias.
Sem dúvida essa é uma das maiores lições resultantes dessa histórica luta pela organização dos trabalhadores, uma organização que envolvia amplos setores da sociedade e trazia uma variada pauta de reivindicações que iam muito além da conquista da reposição das perdas salariais.
Para finalizar, mas não menos importante, trazemos, do “Grupo Editor do Jornal Dealbar”, os textos “Traços Biográficos de um Homem Extraordinário” e “Morreu Como as Árvores: De Pé”, que contam um tanto da vida desse importante companheiro militante.
O Movimento Operário – A Greve de 1917″ de Edgard Leuenroth
Edição: Centro de Cultura Social (CCS)
Preço: R$ 15,00
Pedidos: ccssp@ccssp.com.br
http://ccssp.com.br/livraria/livros.html
agência de notícias anarquistas-ana
sementes de algodão
agora são de vento
as minhas mãos
Nenpuku Sato
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!