No dia 27 de fevereiro, a fiança de Krow foi paga e ela foi solta! O caso do processo judicial de Krow abre um precedente em Dakota do Norte, sendo este o primeiro caso de alguém que é libertada no momento que antecede uma audiência formal de extradição. Apesar de ser uma grande vitória, ela ainda tem uma longa estrada pela frente e continuar ajudando ainda é muito importante. Aqui está o depoiment o de Krow após ser solta:
No despertar da minha recente e precária liberdade, me sinto eternamente grata pela minha rede de apoio de camaradas e famílias, e sua ajuda contínua ao longo da minha incessante batalha jurídica. A frente jurídica da luta em curso pela defesa da água está apenas começando. Mais do que nunca, as pessoas precisam reconhecer que existem diferentes formas de luta em todos os lugares. Nós precisamos estar preparados para lutar por vidas que valem a pena viver, ao invés de apenas sobreviver nesta bagunça tirân ica, e se engajar ativamente no apoio aos prisioneiros, e trazer nosso melhor jogo legal para a mesa tendo em vista a necessidade das pessoas; a administração fascista e supremacista branca de Trump está levantando amplos fundos mili tares e proteção policial para melhor reprimir os a tos de resistência e revolução atuais e futuros.
Eu nunca desejei o tipo de atenção que o meu processo legal está recebendo, mas visto que existe, eu quero compartilhar algumas percepções que podem ajudar, a partir das minhas miseráveis experiências com o sistema legal e o período de cárcere imposto à mim através da minha vida adulta como consequência da luta pela preservação da água, do ar, e da terra.
A “América de Trump” é o lugar mais fascista e inventado que poderíamos imaginar; cada horrível decisão de Trump é feita de colonização e supremacia branca. Ele e seus inumeráveis capangas de cada uma das ditas entidades oficiais delcararam guerra contra o povo.
Agora que a luta do “No DAPL” para proteger a água existe dentro deste regime, as pessoas precisam reavaliar suas táticas. Ainda é tempo de se levantar, mas muitos aspectos da luta precisam se tornar invisíveis. Esta é uma prática constante de matar o ego, visto que não precisamos perder mais nenhum camarada radical (especialmente negros e latinos) para o Estado ou o complexo industrial das prisões. O encarceramento não “prova” que merecemos liberdade. Nós precisamos contra-atacar para retomar nossa liberdade e nossos espaços, sendo criativos para evitar a captura.
Em conjunto disso, precisamos dar continuidade a praticar e advogar não-conformidade com o Estado (policiais e figuras de autoridade afiliadas) assim como resistir à grandes julgamentos; ambas as entidades apenas buscam se infiltrar, perturbar, e destruir nossas comunidades.
Para aqueles que não sabem, a polícia e o FBI continuam assediando e atacando violentamente camaradas radicais, tanto nas instituições quanto no mundo relativamente livre; nas grandes áreas de Bismarck e Mandan, os povos indígenas são alvos prioritários, assim como qualquer outro suposto cúmplice afiliado à luta do “NO DAPL”. Precisamos fazer um levante forte contra a perpetração destes ataques contra nossas comunidades. Nós NÃO aceitamos nem reconhecemos a &ldquo ;AmériKKKa deles”, e não acreditamos que podem ser reabilitados.
A colonização e a supremacia branca são algumas das causas raízes da nossa dor neste império capitalista, destrutivo e tirânico. Vivemos tempos sombrios, e por isso entender que a paciência é uma chave que precisa vir à luz. Os Zapatistas levaram 10 anos para organizar efetivamente sua luta indígena por autodeterminação de sua existência, e levou aproximadamente seis anos para organizar a suspensão da maior mineradora de ferro a céu aberto do mundo na Penokee Hills, que incidia sobre território Ojibwe.
A oposição que trabalha para perturbar e desmantelar nossas lutas e movimentos equipa energicamente a polícia e os militares com recursos aparentemente infinitos, que supera facilmente qualquer coisa que “nós” temos em todas as frentes de batalha. Precisamos ser estratégicos, astutos, e pacientes em nossos esforços de resistência e desejo pelo colapso do capitalismo industrial.
Nós NÃO precisamos de “todos”, nós precisamos das pessoas CERTAS, porém, existe algo a ser dito sobre a força dos números. Diz respeito a nós permanecer com o maior número possível de pessoas radicais de diferentes classes e demografias que estão afim de assumir genuinamente uma diversidade de táticas para desmantelar o status quo. Parafraseando os Panteras Negras, os brancos privilegiados e a destrutiva classe dominante não irão desistir fácil de seu poder. Nos colocarmos uns contra os outros apenas serve ao interesse d o sistema DELES.
A lei e as políticas de governo AINDA são predominantemente escritas pela elite branca, o 1% da classe dominante, e são estes que ainda são beneficiados e protegidos pela lei; isso significa que a “América” corporativa e industrial reina. A lei não beneficia a maioria dos protetores da água, indígenas, pessoas sem documento, pessoas de religiões não-cristãs (especialmente muçulmanos), pessoas negras, pessoas da comunidade LGBTT, ou qualquer outra minoria no que diz respeito à isso.
Proteger o que é sagrado a todo custo; entidades que inerentemente sustentam a vida como a água, o ar e a terra são de extrema importância. Sem uma base territorial saudável, nós não somos “povo” e não existe povo. Como diz o provérbio Cree: “…você não pode comer dinheiro”.
Desde que a colonização penetrou profundamente o espírito, a mente, e os corpos da maior parte das pessoas, a descolonização começa quando nós não apenas imaginamos a nós mesmos e nossa conduta a partir dos nossos próprios mecanismos, mas quando começamos de fato a incorporar ensinamentos ancestrais, formas mais intuitivas de operar, e justiça natural restaurativa para todas as criaturas, tomando o cuidado para não realizar apropriação cultural. Nós precisamos desconstruir ativamente os danos mentais, psíquicos e espirituais feitos pela lavagem cerebral da sociedade supremacista branca, e opressão generalizada e institucionalizada que ela produz.
Descolonizar nossas formas de pensar sobre “ativismo”, aprendendo mais da resistência de base para combater o pesadelo capitalista que nunca para de se expandir. “…não atue como coelhos, atue como lobos… transforme o medo e o pânico em uma lâmina afiada de sobrevivência”. (cortesia de Three Day Road, de Joseph Boyden).
Se nosso intuito é apoiar e trabalhar no sentido de um retorno da Ilha da Tartaruga e todas as suas terras e águas para os indígenas que aqui residem, precisamos abandonar todas as táticas liberais brancas e suas aproximações e estratégias que derivam daí. Isso não se aplica à todas as pessoas e tem origem em uma educação privilegiada, protegida de muitas formas de opressão, e com frequência utilizada para fins colonizadores, palavras e intenções em um sistema já injusto . Esta abordagem liberal oculta uma revolução de longa data e de múltiplas insurreições.
Nós todos existimos em um espectro de colonização e descolonização, mas a maioria dos brancos da classe dominante estão tão removidos de seus antigos caminhos tribais e base territorial que continuam fazendo decisões sem espírito e não entendem a reverência pela terra, pela água ou pelo ar. Rezar sozinho NÃO IRÁ parar sua ganância e destruição. Como muitas pessoas Lakota que respeito disseram, “nós precisamos encontrar o criador a meio caminho”, a&ccedi l;ões falam mais alto que palavras. Tanto a reza quanto o caminho das guerras implícito coexistem como tradições ancestrais em inumeráveis culturas.
Lute para ser o mais invisível possível, escute a sabedoria descolonizada, e sempre reconheça que há uma diferença entre “velhos” e anciões. Restrinja o conflito e a dissidência para discussões internas junto das lutas, caso contrário, estamos trabalhando para os fascistas; isso significa parar de fazer postagens estúpidas no facebook; as pessoas estão incriminando a si mesmas e à outras pessoas em função do tamanho gigantesco de seus egos. A cultura de segurança é primordial; formas mais antiquadas de comunicação são tipicamente mais seguras, e os aparelhos tecnológicos modernos em geral são facilmente alvo da vigilância. Seja esperto e lembre-se que pessoas vão pres as simplesmente por DIZER coisas, além de fazê-las, e é claro, Trump é Czar.
Não existe razão para ficar entediado no geral, ou confuso sobre o que o quando a “resistência” ao status quo e sua destruição em curso está… ela está e precisa estar em todos os lugares! Malditos privilegiados NÃO deveriam ser permitidos de escapar os subúrbios, fora do alcance da opressão ou da resistência. Nós precisamos ser invisíveis, mas ao mesmo tempo vistos e sentidos por todos os lados. Seja efetivo, não simbólico.
Na luta por tudo o que é selvagem,
Krow / Twig / Katie Kloth
supportkrow.org
Tradução > Yanumaka
Conteúdo relacionado:
agência de notícias anarquistas-ana
folhas escuras
tremem na brisa
à contra-lua
Rogério Martins
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!