A mobilização para a Greve Internacional do 8 de Março de 2017 começou no ano passado, depois do forte movimento argentino de mulheres de 19 de Outubro – a chamada quarta-feira negra contra os 200 assassinatos anuais por violência machista no país – e da segunda-feira negra de 3 de Outubro – Czarny protest, na Polônia, quando milhares de mulheres pararam e protestaram contra a restritiva Lei do Aborto impulsionada pelo Executivo Polaco, que depois foi rejeitada pelo Parlamento pela pressão das marchas.
Esta mobilização internacional foi também inspirada no Dia Livre das Mulheres islandesas de 1975, quando 90% das cidadãs deixaram os seus postos de trabalho em 24 de Outubro daquele ano para protagonizar uma grande manifestação nas ruas do país com o objetivo de dar visibilidade ao trabalho doméstico não remunerado e para o fato de as mulheres ganharem, em média, quase 30% menos que os homens pelas mesmas tarefas. Desde então, protestos semelhantes aconteceram na Islândia por volta desta data em 2005, 2010 e, mais recentemente, em 2016 para denunciar que o trabalho das mulheres é invisibilizado em casa e desvalorizado no mercado e que a economia capitalista mundial sobrevive à custa da exploração das mulheres.
A Greve ou Paralisação Internacional das Mulheres tem encontrado várias formas de adesão e convocação: Portugal, Espanha, Itália, Argentina, Brasil, Polônia, Nicarágua, Turquia, México, EUA, Suécia, Coreia do Sul, Paquistão, Cambodja, Rússia, Austrália, Peru, Chile, Bósnia-Herzegovina, estão entre os mais de 49 países que irão aderir a esta Paralisação Internacional das Mulheres.
A Assembleia Feminista de Coimbra apela à PARALISAÇÃO das mulheres enquanto ato de mobilização e reivindicação feminista. Neste 8 de Março, fazemos greve e paralisamos todas as nossas atividades dentro e fora de casa, remuneradas e não remuneradas, como forma de luta e mobilização, porque sobre nós, mulheres – sobretudo as negras e as migrantes – recai um sem número de trabalhos e atividades invisibilizadas e desvalorizadas. Recusamos a precariedade imposta pelo sistema neo-liberal: dos nossos salários, perspectivas laborais e, acima de tudo, dos nossos tempos de vida e afetos.
Apelamos a que todas as mulheres, a partir dos seus territórios e das suas práticas, se juntem a nós este 8 de Março – na insurgência contra este sistema patriarcal e capitalista que arruína as nossas vidas!
A solidariedade é a nossa força!
FB: https://www.facebook.com/events/795565427285721/
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