Por Running Wild
Ultimamente temos presenciado populistas de direita, nacionalistas, racistas e fascistas de todo o tipo a lamber os lábios, encorajados pela eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos da América. Depois deste tortuoso espetáculo político, vimos as perigosas realidades e desafios que isso trouxe. Muitos da direita veem isso como seu momento para brilhar, enquanto que para muitos outros representa algum tipo de regresso mítico a um tempo de “grandeza, prosperidade e liberdade”.
Grupos como “The One Nation Party” liderados por Pauline Hanson na Austrália estão utilizando esta plataforma, se alimentando do crescente descontentamento popular e alienação, para difundir e fazer cumprir sua agenda conservadora. E ao fazê-lo, continuam perpetuando e fazendo valer suas ideias e a presença de partidos políticos, acadêmicos e indivíduos nacionalistas de direita em todo o mundo. Atuando como alternativas dentro de um sistema podre, tentando oferecer tudo e se apresentando como salvadores para capita lizar a bancarrota da democracia representativa e, assim, conseguir tomar o poder político.
Eles enganam, dividem e vomitam seu poder político. Satanizam os trabalhadores, os pobres, os desempregados, os imigrantes e refugiados; enquanto sempre atacam como violentos valentões os que optam por lhes resistir. Mas não lhes importa a liberdade em nenhum sentido da palavra. Eles, como os multimilionários, se escondem atrás de um Estado que sempre é invasivo e controlador, pedindo mais e mais repressão, pedindo mais polícia e leis mais duras para esmagar os movimentos sociais e lidar com a dissidência. Eles não est ão contra o sistema, e o sistema não está aí para lhes ajudar.
Tudo é calculado para promover a apatia, dando a sensação de que as decisões importantes no mundo estão fora de nossas mãos. Esse é o ponto da política estatal: imobilizar-nos fora dos corredores do poder, nos forçando a desconfiar uns dos outros e até de nós mesmos. Oferecendo somente confusão e medo, nos vemos obrigados a eleger, não a libertação, mas a falsa ideia de “mudança”. Como é o caso de cada administração que depois de um tempo em que promete oferecer soluções e promessas, somente querem o controle e a r epressão, a exploração e a miséria.
Aqui, no território dominado pelo estado colonialista, a Austrália, já vivemos no meio das correntes de um status quo histórico, racista e nacionalista, com uma faixa que carrega fanáticos conservadores e movimentos racistas e fascistas. Não há dúvidas que muitos estão e seguirão usando isso como oportunidade para capitalizar, manipular e explorar as pessoas para dirigir sua ansiedade e frustração, ao invés de investir contra as estruturas do poder que oprime a todos, em todas as partes.
Enquanto tanto o trato corrupto e especial dispensado para as elites políticas e empresariais é tão desprezível quanto a passividade impactante que se introduz em todos nós e nos faz permanecer ociosos, enquanto aprovam leis repressivas cada vez mais em nome da “segurança nacional”, enquanto mais e mais policiais ocupam nossas ruas e comunidades com impunidade, enquanto que os políticos vão do setor privado à política e vice e versa, enquanto continuam as mortes sob custódia, as mortes no trabalho, a falta de habitação, a criminalização dos pobres e o cola pso ecológico.
Nós enquanto anarquistas não temos nenhuma ilusão de que exista algum político ou partido político que seja capaz de nos libertar da dominação, da repressão, da exploração e do fascismo. Nossa oposição deve se dirigir não contra um representante em particular, mas contra as ideias de Estado, capitalismo e da própria representação; contra o conluio dos liberais que preferem conservar o aparato do Estado, inclusive nas mãos dos fascistas, a fim de permitir que surja a verdadeira liberdade; contra a hipocrisia e o engano nos meios de comunicaçã ;o que busca nos reduzir a meros espectadores em um jogo violento que deixa toda nossa vida, e a mesma terra, no fio da navalha.
Um dos problemas fundamentais é que o poder se estrutura em concentrações verticais, com o qual qualquer pessoa ou instituição poderia exercer muito poder em primeiro lugar. Um homem como Donald Trump ou Vladmir Putin nunca poderia ser tão perigoso se nos lhes entregamos a responsabilidade de nossas próprias vidas ao governo e ao capitalismo.
Colocar outro partido no poder não mudará isso. De fato, a crença persistente e ingênua de que o governo correto poderia resolver os problemas gerados pelo capitalismo global é em grande parte responsável por essa situação. Vemos e nos afastamos de qualquer partido político que esteja aproveitando seu poder para deixar milhões de vidas oprimidas e destruindo a terra em nome da indústria. E igualmente de outro partido político que aproveitará seu poder, que nos deixará oprimidos e seguirá destruindo a terra, nos vendendo “novas” políticas com a melhor propaganda de merda que existe.
Resistir significa que temos que deixar de ceder nossa força para essas instituições. Por outro lado, necessitamos construir redes para satisfazer as nossas necessidades diretamente e defender-nos contra todo aquele que quiser nos governar. O único caminho até a liberdade e igualdade é através da autodeterminação, do apoio mútuo e da resistência coletiva.
O nosso dever não segue sendo uma soma de individualidades não afiliadas que obedecem mansamente aos planos do Estado e dos chefes; não para sucumbir em suas historinhas sobre a salvação e segurança, sobre a prosperidade e a mudança que sempre utilizam para manter a dominação.
Com a auto-organização em todos os lugares de trabalho, nas ruas, bairros, lutando coletivamente em solidariedade uns com os outros, deixamos que nossa resistência se converta em uma semente de classe e libertação social. Devemos empreender iniciativas imediatas para criar comunidades de lutas em todas as partes: abrir espaços e centros sociais, organizar debates e manifestações autônomas, libertar espaços públicos, romper a apatia e o isolamento, produzir comida e cultura para todos. Temos que pensar em liberdade e clamar a emancipação.
Fonte: https://www.inventati.org/instintosalvaje/tenemos-que-actuar-en-nuestros-propios-terminos/
Tradução > Liberto
agência de notícias anarquistas-ana
Recanto úmido.
A pedra
e seu delicado capote verde.
Yeda Prates Bernis
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!
Um puta exemplo! E que se foda o Estado espanhol e do mundo todo!
artes mais que necessári(A)!
Eu queria levar minha banquinha de materiais, esse semestre tudo que tenho é com a temática Edson Passeti - tenho…