Se chama Delbert Africa, um integrante bem conhecido da Organização MOVE da Filadélfia, mas se vocês tem 20, 30 ou 40 anos, pode ser perdoado se não conhecem seu nome.
Talvez seja mais conhecido como o homem que foi brutalmente golpeado, socado, atacado com a culatra de um rifle e pisoteado pelos policiais que o detiveram muito antes da infame surra policial de Rodney King em Los Angeles.
Delbert foi atacado, tudo gravado em vídeo!, detido e encarcerado em agosto de 1978, em um dos primeiros confrontos do MOVE com a polícia.
Nas prisões, Africa, como os outros integrantes do MOVE, ensinaram aos presos jovens como apreciar e aproximar-se de suas famílias. Mas esse sentido de serviço, que está profundamente arraigado no MOVE, não apaga seu fogo. Escutem vocês mesmos:
“Meu nome é Delbert Africa, sou da Organização MOVE. Só quero dizer que MOVE é uma família de fortes e sérios revolucionários com um profundo compromisso, fundada por um homem negro sábio e perspicaz, de pensamento estratégico, chamado John Africa. No início, quando todos os integrantes do MOVE éramos pessoas de corpo débil, enfermas, inativas e apáticas, John Africa nos transformou em fortes revolucion& aacute;rios comprometidos em acabar com, ou seja eliminar, este sistema. Não reformá-lo, não mudar o governo, senão eliminar todo o sistema de opressão”.
Delbert Africa é um revolucionário, tão firme em sua crença como era nos anos 70, porque ele viu e viveu coisas que assombram as pessoas. Se lembram dos socos e golpes que mencionei? Se perguntaram o que aconteceu aos policiais gravados no vídeo? Pois, nada, mas esta é uma história para outro dia.
Delbert Africa convoca a todos os movimentos sociais, radicais e/ou revolucionários a seguir lutando. “Estou aqui hoje, graças a Noelle Hanrahan e Prison Radio, para chamar a todas e todos que escutem, não me importa quem sejam, a tornarem-se pessoas revolucionárias e seguir neste caminho. A revolução não é uma filosofia ou teoria, não é uma atividade. Se segues adorando o dinheiro, se maltratas a tua parceira, se não estás em rebelião contra este sistema, estás ajudando o sistema a seguir com o mesmo. O que estou dizendo é que quero que as e os eco-guerreiros sigam lutando. Quero que as pessoas do Black Lives Matter sigam em rebelião. Quero que as e os liberacionistas de animais sigam lutando. Que as pessoas em terras indígenas que se opõem a esse oleoduto em Dakota do Sul sigam lutando. Não permitam que este sistema os esmague. Quero que todos e todas na comunidade LGBQT sigam lutando. Não se rendam. Isto é o que John Africa ensinou ao MOVE: nunca ceder a este sistema opressivo. Não nos detêm o cárcere, tampouco a prisão. Sabemos que podemos seguir e que não nos vão parar”.
Delbert Africa especificamente envia suas saudações ao movimento ou movimentos de Black Lives Matter, agregando que ama a essa gente jovem. Nisto, não está só.
Desde a nação encarcerada, sou Mumia Abu-Jamal.
Fonte: https://amigosdemumiamx.wordpress.com/2017/03/16/delbert-africa-integrante-de-move/
Tradução > Sol de Abril
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Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!