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[México] Oaxaca: ao som dos tambores

By A.N.A. on 15 de Abril de 2017

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Por Trabalho coletivo da batukada feminista de Oaxaca

Ao som dos tambores, ao ritmo das palavras de ordem, em bicicletas, motos, carros ou a pé, as mulheres de Oaxaca organizamo-nos neste 8 de março para sair às ruas e gritar JÁ NÃO TEMOS MEDO!

Tendo como caminho diferentes espaços onde a nossa presença é uma ameaça tão grande, que se faz necessária uma estratégia de produção de medo para a submissão e a obediência; espaços que nos ameaçam fisica e verbalmente, com a intenção de nos manter ausentes. Por isso decidimos ocupá-los, sair e retumbar Oaxaca, onde não nos querem, lá estaremos.

No Tule, faz apenas 6 meses, duas companheiras sobreviventes foram violadas pelo condutor de um Táxi forasteiro e mais o seu cúmplice. Por isso, botamos Fogo. “Táxi forasteiro do Tule, queimado por Feministas exigindo transporte seguro”; “O Título que pode demarcar a mensagem dada a todos os que observaram o táxi, feito de papelão, que ardia enquanto gritávamos: Isto passará a todos os que continuem nos violentando, NENHUMA AGRESSÃO SEM RESPOSTA”.

Ser mulher não é um simples feito, matam-nos, violam-nos, limitam-nos, raptam-nos, humilham-nos… por desobedecer ao maldito regulamento patriarcal, que nos quer submissas!

“Conos” de Cinco senhores: Parada provisória para repor as energias depois de percorrer tantos quilômetros, juntas, deixando a nossa marca no caminho; bicicletas na frente, as motos de um lado para o outro, onde fosse necessário, e um cerco de carros. Música de fundo para suavizar e fazer o caminho mais confortável, porque não sofreremos em vão, ao contrário, cada gota de suor oferecemos à luta com um sorriso.

Pequeno desvio, já que andávamos perto, do tal recinto, onde a quantidade de violadores pode-se comparar a quantidade de baratas (só que umas são caçadas, enquanto outros os protegem): A Universidade Autônoma Benito Juarez.

Entramos para gritar e exigir justiça com o recente denunciado Dr. Arturo Ruíz López, Professor e Violador da UABJO. Chegamos e ficamos, até que se impregnaram nas paredes do IISUABJO (lugar onde o violador dá aulas e orienta seus projetos de Teses) a nossa raiva, reafirmando as exigências das companheiras que agora são nossas: FORA COM OS VIOLADORES DA UAJBJO; FORA ARTURO RUÍZ LÓPEZ. E que os seus cúmplices, todos os que o defendem, saibam que o fogo da nossa justiça se estende facilmente.

Assim foi. Pronunciamo-nos de novo com a mesma intensidade que o fizemos no Tule, seja taxista ou seja professor:

Estamos fartas, até de estar fartas! Já que não temos medo e isso significa que estamos dispostas, como nunca, a defender os nossos territórios-corpos, cada vez que seja necessário, para construir caminhos de liberdade! Aos machos feminicidas, os faremo arder!

Continuamos, sem bicicletas mas com maior ânimo. A batucada na frente e uma vedação de companheiras por trás.

O parque do Assédio/Amor foi o último ponto do dia, onde juntamo-nos e desfrutamos entre todas, para ocupar os espaços que nos querem arrancar, por isso dizemos “não mais”. Perante as agressões machistas; Autodefesa Feminista, seja no parque ou em casa, na escola ou no táxi: se mexes com uma, RESPONDEMOS TODAS.

…Desde os movimentos feministas, decidimos parar o mundo, recordar que quando as mulheres param, o mundo todo para. Gritar que a nossa raiva é profunda e legítima; que a história precisa ser escrita de outra maneira, com outros punhos!

Estas ações, assim como estas palavras, são para todas, com carinho.

PELAS QUE ESTÃO E PELAS AS QUE NÃO ESTÃO

Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=z4G7rMoCoNg

Fonte: http://subversiones.org/archivos/128273

Tradução > Joana Caetano

 

Mais fotos:

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No céu azul
Em forma de animais
As nuvens passeiam.

Janaína Alves de Oliveira

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