Pesquisador brasileiro lança “A Inquisição Não Acabou”, em que aborda os absurdos do poder religioso
Assim como a 2ª Guerra Mundial, a Inquisição representa outro período sangrento da história da humanidade, que continua reverberando nos dias atuais. É o que mostra o pesquisador e educador Samuel Ramos Lago, que lança um manual explicativo de como era empreendida a caça aos hereges, principalmente pela Igreja Católica na Europa medieval.
Sob o título “A Inquisição Não Acabou” (Editora Nossa Cultura, 248 págs., R$ 79,00), o livro viaja pelos períodos em que a repressão e a tortura eram usadas pela Igreja Católica para exercer autoridade.
Na primeira parte, a obra traz uma construção ideológica do que foi a Inquisição, imposta como ferramenta de proteção da fé, praticada também por outras religiões que a usaram em nome de Deus.
O autor detalha as origens da Inquisição, como eram reconhecidos os hereges, o passo-a-passo do julgamento à sentença, aspectos do contexto da Idade Média, os tipos de tortura e a caça às bruxas não só na Europa, mas no Novo Mundo – onde a Igreja Católica exerceu grande poder.
O livro mostra que o Tribunal de Lima (Peru) processou 1.477 pessoas entre 1569 e 1820. Metade foi queimada viva e outra, condenada ao garrote. As vítimas eram acusadas e sentenciadas por serem protestantes, judeus bígamos, supersticiosos, blasfemos, falsos celebrantes, visionários, homossexuais ou religiosos casados. Estima-se que a Inquisição tenha feito mais de 370 mil vítimas apenas na Península Ibérica (Portugal e Espanha).
A segunda parte da obra é toda ilustrada com fotografias feitas pelo autor das inúmeras visitas que fez a museus de tortura espalhados pelo mundo, mostrando os inimagináveis instrumentos usados para punir, ferir e matar. A última parte do livro é um retrato de como ainda é possível encontrar resquícios de uma cultura opressora e inquisitorial, como a violência doméstica, a escravidão moderna, os grupos terroristas e os preconceitos raciais.
Nascido em 1941, na cidade paulista de Lins, Samuel Ramos Lago é professor e biólogo. Tem mais de 40 anos dedicados ao ensino e à criação de obras didáticas. Cerca de 30 milhões de alunos estudaram com os mais de 50 livros que escreveu ou foram editados por ele.
Fonte: Jornal A Tribuna
agência de notícias anarquistas-ana
Dentro da lagoa
uma diz “chove”, outra diz “não”:
conversa de rã.
Eunice Arruda
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!