As grandes potências jogam militarmente o destino de milhares de pessoas e a distribuição dos bens naturais, avançando em sua reestruturação social mundial. Europa se reestrutura acomodando as pessoas ao “fim da era de acordos” que sucedeu a segunda guerra mundial. O capital financeiro já não necessita dos pactos de paz e a antiga ordem para estabilizar e potencializar o mercado. Aquele proletariado que quis tomar o céu de assalto faz tempo que é um cadáver mal cheiroso. Enquanto isso o terceiro mundo busca acomodar-se e vê também o fim dos processos particulares, rezando ao deus dinheiro para que chegue alguma migalha…
O fim da era das commodities, o fim da prata doce da exploração natural, se deteve também em nossa região e agora todo o trabalho sujo que fizeram os progressistas terá seus nefastos frutos nos povos e seu destino. América militarizada pela esquerda, acomodada ao capital financeiro e com novos setores de parasitas progressistas prontos a servir a suas pátrias, o dinheiro, não sabe o quê fazer. Talvez, alguns territórios passem à tutela direitista enquanto que outros continuarão com a tutela da esquerda do Capital dependendo do trabalho de marketing que tenham feito.
Acaba de terminar uma greve geral no território brasileiro tentando deter a pior recessão de sua história segundo os economistas. Estruturas ainda controladas pelos partidos, sujeitas ao domínio dos defensores da ordem tentam deter os rebeldes outra vez que dignamente lutam nas ruas. Enquanto isso, os mais excluídos como Rafael Braga seguem enchendo os cárceres do Estado mais poderoso do sul.
Na Argentina, Chile, Venezuela ou Uruguai também as pessoas desde a auto-organização devem fazer uma dupla luta, contra os aparatos estatais e os paraestatais. Em alguns casos também com uma direita organizada e feroz ou simplesmente contra os diferentes setores do partido do Estado como aqui. Enquanto que no Chile os enfrentamentos deixaram 51 feridos segundo a imprensa capitalista, as barricadas abriram as ruas à luta e a crítica.
O poder desenvolveu múltiplas formas de controlar e atacar a rebeldia e o inconformismo anticapitalista, e são os próprios anticapitalistas que devem superar a simples bronca para encontrar projetos reais para formas cada vez mais livres de vida. Contra o poder, seja defendido por quem for, a extrema-direita pujante como na França, EUA ou Bruxelas ou a esquerda moribunda como no cone sul do continente americano.
Como fazê-lo sem deixar passagem a seus contendores eleitorais, desejosos de substituí-los? Saberão só os próprios envolvidos em cada lugar. Nossa responsabilidade não é dar receitas senão tentar buscar soluções generalizáveis, contagiar, ser sinceros e dar passagem à auto-organização generalizada, com base na solidariedade, na reciprocidade e na liberdade. É necessário dar o exemplo e escutar…
Abaixo dos paralelepípedos continua sendo a praia, o primeiro é começar…
Anarquistas
periodicoanarquia.wordpress.com
Foto: Manifestantes 1º de Maio em Paris, França.
Tradução > Sol de Abril
agência de notícias anarquistas-ana
Sapato furado
em dia de chuva fria,
resfria um coitado.
Nilton Manoel
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!