Em 1971 morria assassinado pelas mãos dos seus carcereiros George Jackson, preso político do Partido Pantera Negra. O seu espírito foi recolhido, anos mais tarde, por um grupo heterogêneo de militantes da cidade de Seattle (Washington). A Brigada George Jackson conectou anarquistas, comunistas, maricas, fufas, heterossexuais, gente negra, branca e de ascendência nativa. A sua origem de classe muito baixa, com as habituais entradas e saídas das cadeias e a cotidiana repressão policial e social, era um dos seus pontos de união. O seu c ompromisso por atacar as instituições do Estado e destruir tudo aquilo que os oprimia de várias e múltiplas formas, foi o que os tornou um dos grupos armados dos Estados Unidos da conturbada década de 70.
A presente edição rompe com anos de desconhecimento sobre a história da Brigada, relegada ante o protagonismo que outros bandos armados como a Weather Underground ou o Exército Simbiótico de Liberação tiveram nessa época. A mistura das suas opressões com abordagens anticapitalistas e, uma vez na prisão, inserindo-as dentro da luta contra a cadeia, transformou-os num dos coletivos mais genuínos e explosivos das últimas décadas da história na luta contra o sistema.
Nos dias de hoje a maioria dos seus integrantes estão vivos e participam em coletivos anticapitalistas e antiprisões, procurando manter viva a memória da Brigada e a luta que tiveram mediante conversas, entrevistas e escritos, alguns dos quais vêm incluídos neste livro. Estamos perante uma ferramenta útil de inter-seccionalização de lutas numa época em que, quarenta anos depois, seguimos suportando um sistema racista, machista, sexista, heterocentrado, classista e autoritário, para cujo combate a inter-secç&atil de;o entre opressões continua sendo de vital importância.
“Vou dizer-te o que éramos: éramos uns vagabundos maricas”. Ed Mead.
Fuego Queer: Historia de la “Brigada George Jackson” y del colectivo gay anticarcelario “Hombres contra el Sexismo” (1975-1978), Ed Mead. Rita “Bo” Brown.
164 págs. Rústica 17×12 cm,
5 euros
ISBN: 978-84-617-7123-3
editorialimperdible.wordpress.com
Tradução > Joana Caetano
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Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!