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[Espanha] I Encontro anarquista contra o sistema tecno industrial e seu mundo

By A.N.A. on 12 de Maio de 2017

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Escrevemos por conta do próximo “I Encontro anarquista contra o sistema tecno industrial e seu mundo”, organizado por um grupo de individualidades anarquistas em Madrid e que acontecerá no “CSO La Gatonera” durante os dias 26, 27 e 28 de Maio.

Durante o Encontro, acontecerão muitas rodas de conversas e debates e haverá espaço para distris [distribuidoras], cartas a presas e presos assim como comedores veganos e outras atividades. Portanto, queremos convidá-lo a este Encontro com a ideia de que entre todos e todas possamos debater, refletir, questionar e nos aprofundar neste sistema tecno industrial e as nocividades que carrega, e assim poder crescer e nos fortalecer como individualidades e/ou de forma coletiva, conhecendo melhor nosso inimigo e planejando como não lhe dar trégua. Como já mencionamos, haverá espaço para distris pelo que pedimos que aquelas que desejam vir nos mandem um e-mail confirmando a assistência e para que, se vierem de fora de Madrid e não disponham de alojamento, nos avisem informando-nos o número de assistentes para poder buscá ;-los o antes possível.

Por quê um “Encontro Contra o Sistema Tecno Industrial” (STI)?

Entendemos o Sistema Tecno Industrial como uma organização social autoritária, com determinadas características como: hierarquias, autoridade, centralidade, relações sociais mediatizadas pela mercadoria e a tecnologia, sociedade de massas, controle social, alienação, imposição da técnica e da tecnologia, vida administrada e gerida, ideologia do progresso, falta de limites e um longo etc.

Tudo isso nos leva a uma vida totalmente artificializada e colonizada em todos os seus aspectos, onde tudo o que está vivo sobre o planeta sofre uma lenta agonia, sendo substituído cada dia e a cada movimento por máquinas algorítmicas que já decidem e pensam por nós, ficando relegado o humano (ou pelo menos o que nos resta dele) a um segundo plano. Uma vida onde a programação e a ordem criaram um mundo morto (ainda que programem o nascimento de crianças ou outros animais de diferentes espécies), onde o quantitativo e os dados informatizaram nossa vida tornando-a virtual, onde já estão planificadas até nossas paixões e desejos (se ainda nos restam, no melhor dos casos), onde o espontâneo é uma técnica da criação programada e não uma expressão de liberdade af astada do eficaz e do eficiente.

E cada dia vemos como todas essas nocividades nos afetam e se colam em todos os aspectos de nossas vidas estendendo as redes da dominação contra nossa autonomia. Usamos as ferramentas que o inimigo nos brinda sem refletir sobre as consequências e a hipocrisia deste fato. Vemos como ao nosso redor a natureza morre e morremos também nós mesmos, nossa capacidade de decidir, raciocinar, sentir, capacidades trocadas pelas comodidades de telefones inteligentes que nos tornam um pouco mais submissos e submissas a cada dia, que deterioram com cada novo desnecessário avanço nossa capacidade de construir uma vida afastada desse siste ma.

Tudo isso ocorre em um mundo inundado por nocividades e novas tecnologias que cada dia colocam outro elo em nossas correntes de escravas e escravos, nos auto mutilando e criando extensões artificiais de nós mesmos. Um mundo sujo que se afoga em seu próprio lixo tecnológico (isto já está acontecendo no sudoeste asiático e na África), onde novas e velhas formas de dominação e artificialização (biotecnologia, nanotecnologia, biotecnologia sintética, robótica, inteligência artificial, reprodução artificial, agroquímicas etc…) se estendem por todos e cada um dos pontos do planeta (seja terra, ar ou mar) e de seus habitantes criando um mundo cada vez mais autoritário e afastado de nosso ideal de liberdade.

Como anarquistas e inimigos de toda autoridade e nocividade, temos visto por isso a necessidade de organizar um Encontro. Em anexo apresentamos o cartaz e a programação. Sem mais, esperamos vê-los.

Toda a informação em https://contratodanocividad.noblogs.org/

Tradução > KaliMar

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Os jacarandás
choram de felicidade –
lágrimas lilases

António Barroso Cruz

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