Por Mano da Cordel Anarquista
A Imprensa sempre teve um papel de destaque na história do Anarquismo, seja através de jornais, correspondências, rádios e até mesmo tvs. E o esforço para manter esses espaços sempre foi legitimo, autogerir nossa própria comunicação e propagandear a luta pela emancipação popular, em contraponto aos veículos de comunicação financiados por aqueles que querem que todxs nós continuemos abastecendo suas contas bancárias. Dessa forma é mais que necessário, é urgente, que fortaleçamos as já existentes e construamos ainda mais meios de comunicação anarquista e que esses se tornem referência na luta popular, não só no âmbito das classes sociais, da economia, mas de combater todos os tipos de opressões que impedem que sejamos livres.
Mas quando falamos de Bra$il, com seu território quase continental, e cuja cultura e influência politica ainda carrega o conservadorismo de nossos invasores, a comunicação anarquista também é bastante debilitada e de uma certa forma restrita, aonde observamos um grande contraste na organização anarquista, libertária e até mesmo de esquerda, que enquanto nos grandes centros urbanos há uma maior organização ou mesmo concentração dessas pessoas, já quem escolhe viver ou são obrigadas a estarem em locais mais distantes, nesse caso existe uma grande dificuldade de atuar politicamente, aonde o isolamento é algo bastante difícil de transpor, somado a isso essas pessoas também ficam invisíveis da luta anarquista no âmbito macro.
Da mesma forma que a luta especificamente anarquista se mostra mais dispendiosa quanto mais distante dos centros urbanos você se encontra, ao mesmo tempo para aquelxs que conseguem sair desse imobilismo, bastante justificável por sinal, quando isso acontece outras vivências e possibilidades aparecem, seja da forma declaradamente anarquista, ou simplesmente através de uma palavra ou conceito universal, que é a liberdade. É em ambientes assim onde temos a possibilidade de sairmos de um pensamento ortodoxo e excludente, para valorizarmos e respeitarmos a pluralidade de pensamento, sem é claro abrir mão de princípios básicos que acreditamos.
Quando decodificamos a linguagem que utilizamos e também a que entendemos, nesse momento abre-se um grande horizonte de possibilidades, e percebemos que a luta pela liberdade não está limitada somente aos ambientes anarquistas ou mesmo de esquerda, e que a população demonstra através de ações, muitas vezes invisibilizadas, que são contrárias ao autoritarismo e as tiranias, além disso também constroem alternativas bastante combativas e criativas.
Quando é exposto os pontos positivos de lutar longe dos holofotes, é claro que não pode ser descartada as grandes dificuldades existentes também, no caso as diversas opressões que muitas vezes se tornam mais latentes quanto mais se afastamos dos grandes centros urbanos. Mas isso não deveria ser um empecilho para ampliarmos nosso campo de atuação, pelo contrário, mostra a urgência de somarmos nesses espaços, ainda bastante dominados pelos coronéis, pelo machismo e racismo, e assim sair da nossa zona de conforto, construindo dessa forma alternativas que abrangem a integralidade de ações que o anarquismo tanto almeja.
É mais que necessário estabelecermos uma rede de fortalecimento entre xs individuxs e coletivxs, que tal como a Cordel Anarquista se encontram distante de seus pares, e também muito importante aumentar a relação entre xs companheirxs presentes nos grandes centros urbanos.
Força para todxs que lutam em lugares aonde o conformismo é a regra e a resistência é a exceção!!!
Fonte: https://cordelanarquista.milharal.org/a-luta-anarquista-longe-dos-holofotes/
agência de notícias anarquistas-ana
Abro o armário e vejo
nos sapatos meus caminhos.
Qual virá no séquito?
Anibal Beça
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!