Por Niki Kitsantonis – New York Times
Pode parecer paradoxal, mas os anarquistas da Grécia estão se organizando como nunca antes.
Sete anos de políticas de austeridade e a mais recente crise de refugiados deixaram o governo com cada vez menos recursos, oferecendo cada vez menos aos cidadãos. Muitos perderam a fé. Alguns que nunca tiveram fé para começar estão resolvendo os problemas por conta própria, para irritação das autoridades.
Tasos Sagris, de 45 anos, membro do grupo anarquista grego chamado Void Network e do grupo de teatro auto-organizado Embros, tem estado na frente do ressurgir do ativismo social que tem preenchido o vácuo deixado pela ausência do Estado.
“As pessoas confiam em nós porque não as usamos como clientes ou eleitores”, disse Sagris. “Cada fracasso do sistema comprova que a ideia dos anarquistas é verdadeira.”
Atualmente essa ideia não se resume a caos e demolir as instituições do Estado e da sociedade (a longa e dura crise econômica do país cuidou de grande parte disso), mas também a uma autoajuda não filtrada e ação do cidadão.
Mas o movimento permanece díspar, com algumas partes enfatizando a necessidade de ativismo social e outras priorizando a luta contra a autoridade, com atos de vandalismo e batalhas nas ruas com a polícia. Alguns estão buscando combinar ambos.
Nos últimos meses, grupos anarquistas e esquerdistas dedicaram energia especial a moradias aos refugiados que inundaram a Grécia em 2015 e que ficaram retidos no país desde que a União Europeia e os países dos Bálcãs reforçaram suas fronteiras. Cerca de 3.000 desses refugiados agora vivem em 15 prédios abandonados que foram tomados pelos anarquistas na capital.
O aumento de ação por parte dos cidadãos é apenas o mais recente capítulo na longa história do movimento anarquista na Grécia.
Os anarquistas exerceram um papel ativo nos levantes estudantis que ajudaram a derrubar a ditadura na Grécia em meados dos anos 70, incluindo uma rebelião na Politécnica de Atenas em novembro de 1973, que as autoridades esmagaram com policiais e tanques, resultando em várias mortes.
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Fonte: https://www.nytimes.com/2017/05/22/world/europe/greece-athens-anarchy-austerity.html?emc=eta1&_r=1
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Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!