O dia 14 de Junho de 2017 marca um ano do Massacre de Caarapó, onde fazendeiros e pistoleiros armados, em conluio com a polícia, atacaram covardemente a retomada Guarani Kaiowa de Toro Paso, deixando dezenas de feridos e assassinando o agente de saúde indígena Clodiodi Aquileu Rodrigues de Souza. Um ano de impunidade, onde os executores e mandantes do crime seguem livres. Porém, o ataque impulsionou um ano de lutas e resistências, onde os Guarani Kaiowa avançaram na retomada de seus territórios, de su a vida e seus costumes. O local do massacre, hoje é a retomada Kunumi Poty Verá, nome indígena de Clodiodi.
Nesta data, relembramos todos os guerreiros indígenas que tombaram, desde aqueles assassinados nas mãos de grupos paramilitares, nas mãos do Estado brasileiro, nos atropelamentos em estradas criminosamente construídas sob suas terras, nos hospitais, vítimas do descaso generalizado, nos contínuos envenenamentos por agrotóxicos, e todas as formas perversas que a grande burguesia e o latifúndio se utilizam para sustentar o genocídio histórico dos povos indígenas. Segundo dados do Conselho Indigenista Missionário, apenas no Mato Grosso do Sul, são 68 terras indígenas sem providências para dema rcação; de 2003 a 2015, apenas no MS, foram 426 assassinatos contra indígenas, metade do total de assassinatos contra ind&iacu te;genas no Brasil, sem contar ameaças, racismo, abuso de poder, suicídios, violência sexual, e outras formas de violência que historicamente recaem sobre os povos oprimidos e em luta.
O dia 14 de junho não pode ser esquecido. Convocamos os movimentos populares, organizações políticas, entidades democráticas e todos os apoiadores da causa indígena para construir ações de solidariedade no dia 14 de junho de 2017, trazendo à memória anualmente todos os indígenas que tombaram na luta pela terra: de Marçal Tupã’i a Clodiodi, ninguém será esquecido! A violência colonizadora e imperialista deve ser enfrentada com a união dos povos da terra com os povos da cidade. Que as recentes chacinas contra camponeses e indígenas não nos amedrontem – transformaremos o sangue de nossos mortos em revolta. A esperança é nossa luta. Construa em sua cidade, aldeia, quilombo!
Pela punição dos assassinos de Clodiodi e de todos os mártires do povo!
Contra o genocídio, avançar as retomadas!
Clodiodi Vive, Morte ao Latifúndio!
Comitê de Solidariedade aos Povos Indígenas de Dourados
> Para maiores informações sobre o Massacre de Caarapó, acesse:
http://cimi.org.br/massacredecaarapo/
https://www.youtube.com/watch?v=e5w4M7rx4zE&t=187s
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Eugénia Tabosa
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!