Por iniciativa do Comitê por Clément, em colaboração com, entre outras, Solidaires e Ação Antifascista Paris-Subúrbio, foram algumas centenas de pessoas a render homenagem à Clément Méric, em uma tarde de trocas e debates e uma manifestação determinada que transcorreu sem incidentes, como dese javam os pais de nosso camarada agredido mortalmente por neonazis em 5 de junho de 2013.
A jornada começou a partir das 11h, com instalação da “vila antifascista” na Praça da República: um espaço delimitado por faixas antifascistas e organizado com locais para vários debates da tarde e mesas de imprensa de diferentes organizações que tornaram possível esse evento inédito.
À partir de 13h30 até 17h, uma dezena de debates ocorreram, reunindo simpatizantes antifascistas mas também transeuntes, curiosos de descobrir um antifascismo construtivo, aberto e político, bem diferente da imagem que habitualmente fazem as mídias. O.as visitantes podiam igualmente aconselhar-se sobre a luta antifascista em numerosos stands de associações e editores militantes.
Nesta ocasião, La Horde, que animava um dos debates, propôs um panorama de extrema-direita francesa atual, suas estratégias, suas forças e suas fraquezas.
Às 17h, umas mil pessoas que lá estavam reuniram-se para escutar as palavras do Comitê por Clément, que falou dos procedimentos e processos que estão a vir, sobre as numerosas agressões dos últimos meses perpetrados por militantes nacionalistas, as violências policiais, e concluindo ressaltando que a manifestação que viria a seguir era um ato respeitoso à memória do Clément, e não um pretexto dado à prefeitura para lançar os policiais sobre o cortejo.
A mensagem foi compreendida: foi um cortejo compacto, plural e motivado, que apesar da chuva constante, subiu a avenida da República em direção ao Père Lachaise.
A massa retomou slogans tradicionais (“Somos todos antifascistas”, “Alerta antifascista”) sem esquecer todas as vítimas do fascismo e do racismo de Estado: Clément, certamente, mas também Ibahim Ali, Brahim Bouarram, Zyed e Bouna, Lamine Dieng, Ali Ziri, Mamadou Marega, Amine Bentoussi, Moushin Laramy, Adama Traoré ou ainda Hervè Rybarczyk…
Os camaradas antifascistas de outros países não foram esquecidos: os diferentes espaços de debates da vila tinham nomes de antifascistas italianos, gregos ou espanhóis assassinados pela extrema-direita, uma faixa de camaradas antifa de Hamburgo chamava à mobilização próxima contra o G20, e a frente do cortejo havia uma faixa de apoio aos combatentes revolucionários curdos de Rojava.
Enfim, a manifestação chegou ao final: uma fala para concluir esta jornada de homenagem, convidando os presentes a permanecer mobilizados pela comemoração de 10 anos da morte de Lamine Dieng, em 17 de junho próximo.
Clément: Não Esquecemos, Não Perdoamos
Fonte, mais fotos: http://lahorde.samizdat.net/2017/06/04/paris-un-hommage-a-clement-digne-riche-et-ouvert/
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caem perdidos
Eugénia Tabosa
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!