Rosa Nera é o “Katalipsi” que há 13 anos é okupado em Chania, na ilha de Creta, no sul da Grécia. Estamos há 13 anos enfrentando o modelo de cidade baseado no mercantilismo e na gentrificação. A partir de 2004, foi ocupado por um grupo de estudantes, anarquistas, habitantes de Chania, e convertemos este edifício abandonado, propriedade da Universidade, num espaço para a auto-organização popular, e ainda possibilitando alojamento para 15 pessoas.
Este espaço político que tem um pequeno teatro, sala de conferências, bar, creche, biblioteca, oficinas e vista para lindos entardeceres no mar, desenvolveu campanhas contra a OTAN e os exércitos, difundindo o antifascismo, na defesa das terras dos agricultores contra os parques eólicos, contra a gentrificação, praticamos a solidariedade com as pessoas migrantes e sempre nos vinculamos a outras okupas e lutas.
Hoje, em contrapartida, Basilis Digalakis, reitor da Universidade e pessoa próxima ao partido Nea Democracia, querendo impulsionar a sua carreira política nos próximos meses, decidiu oferecer várias propriedades da Universidade a barões do turismo. E justamente o edifício que okupa Rosa Nera. O objetivo, dizem, é transformá-lo num complexo hoteleiro de luxo, numa cidade já saturada de hotéis. Onde centenas de pessoas de Chania põem as suas casas em airbnb, tornando-se mais complicado ainda para os trabalhadores viverem no lugar. A mesma história de sempre, solucionar a precariedade capitalista com mais precariedade. Mesmo assim, os habitantes de Chania sabem que o verdadeiro sentido desta operação são os ingressos políticos na bolsa de votos direitista, que consequentemente implica desaloja r os anarquistas.
A okupação torna-se ainda mais importante se olhamos para o passado do edifício. Está situado numa fortaleza do século XIII sobre o porto de Chania, e está aberto pela primeira vez a toda as pessoas. No últimos 100 anos as autoridades gregas impuseram em Creta um formato de Monarquia e de ditadura. O edifício onde está Rosa Nera sempre esteve nas mãos de poderosos, como administração ou base militar. Por exemplo, durante a ocupação nazista, muitos lutadores foram torturados nos sótão pela GESTAPO. E agora os burgueses querem recuperar os interesses do capital.
Sabe-se que a Universidade e a empresa hoteleira chegaram a um acordo econômico para os próximos 25 anos a troco de 9 milhões de euros, e isso significa que nas próximas semanas podem tentar desalojar Rosa Nera. De 21 a 25 de junho, será celebrado o 13º aniversário do Rosa Nera com inúmeros eventos, desde concertos, homenagem ao falecido militante “Bardis Tsuris”, conferências, assim como uma importante manifestação. No próximo dia 13 de junho também realizaremos uma manifestação pela cidade, para gritar bem alto que defenderemos Rosa Nera.
Queremos enviar a nossa saudação a todas às companheiras de okupas, Katalipsis, squats e gaztetxes em luta, e também fazer um apelo à solidariedade. Estamos abertos a qualquer apoio, em formato de texto, ação, foto, ou, claro, defender conosco Rosa Nera nas ruas.
ΚΑΤΟ ΤΑ ΧΕΡΙΑ ΑΠΟ ΤΗ ΡΟΣΑ ΝΕΡΑ!
Kato ta jeria apo ti Rosa Nera!
Tirem as suas mãos da Rosa Nera!
Ps: Se quiserem podem passar por aqui, gostamos de propostas! (concertos, conversas, oficinas, etc. Contato: rosanera ARROBA espiv.net)
rosanera.squat.gr
Tradução > Joana Caetano
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agência de notícias anarquistas-ana
Pavio aceso
cera caindo na mão.
Lá vai palavrão
Eugénia Tabosa
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!