O advogado Engin Gokoglu disse que as condições dos grevistas de fome Nuriye Gulmen e Semih Ozakça estão piorando a cada minuto e assinalou ainda que Gulmen chegou a um ponto em que nem consegue segurar um lápis.
Nuriye Gulmen e Semih Ozakça estavam fazendo uma manifestação diária de vigília contra o afastamento [demissão] dos seus postos de trabalho, a partir de um decreto estatutário emitido sob o estado de emergência na Turquia. A manifestação era realizada na rua Yuksel, em Ancara, e mais tarde, os educadores iniciaram uma greve de fome, e desde então foram injustamente detidos. Estão em greve de fome há mais d e 99 dias, e a saúde de ambos piora a cada minuto. No dia 16 de junho, o centésimo dia de greve, 100 advogados fizeram um protesto em Ancara para chamar a atenção sobre a opressão que os educadores estão vivendo. Um dos advogados, Engin Gokoglu, do Escritório do Direito do Povo, declarou que a situação de Gulmen é particularmente crítica. Gulmen (34 anos) está na prisão de mulheres de Silivri e é transportada à sala de visitas numa cadeira de rodas, já que é incapaz de caminhar e nem segurar uma caneta. Os músculos de Gulmen atrofiaram e apareceu uma sensação geral de fadiga. Gokoglu disse: “Faz uma semana que foi capaz de escrever sobre as suas exigências, escrever cartas. Durante a nossa última visita nem conseguiu segurar uma caneta e os nossos advogados tiveram que ajudá-la”.
“Ela não pode se cuidar com seus próprios meios”
Nuriye Gulmen foi privada de tomar a vitamina B-1, necessária para combater os efeitos prejudiciais no cérebro, devido a um jejum prolongado. Na prisão só recebeu a vitamina um dia, depois da visita dos seus advogados. Segundo o advogado Gokoglu, a memória de Gulmen sofreu devido ao longo período sem esta vitamina, e agora é incapaz de cuidar das suas necessidades diárias.
O advogado disse ainda que: “Semih Ozakça cuida das suas necessidades diárias, com a ajuda de outros presos, mas este, ao contrário de Nuriye, ainda consegue caminhar – ainda que seja lentamente. Também observamos o esquecimento de Nuriye, mas Semih ainda não mostra esse sintoma”.
Gokoglu afirmou que os educadores em greve de fome há mais de 100 dias só tem um pedido: voltarem para os seus postos de trabalho, e acrescentou que esta exigência deve ser aceita com urgência. Gokoglu disse ainda que a saúde dos educadores está piorando a cada minuto e estão ” derretendo perante os nossos olhos”.
Não lhe entregaram os processos para a sua defesa
Entretanto, nas cadeias onde estão, as restrições e as práticas arbitrárias continuam. Os educadores não receberam os livros sobre a defesa legal, para poderem se preparar para a primeira audiência em 14 de setembro. Gokoglu afirmou: “O livro sobre a defesa, preparado pelo advogado Barkin Timtik, não foi entregue aos nossos clientes, apesar de os entregarmos à Administração da prisão. A própria Gulmen disse que o livro nunca lhe foi entregue”.
Tradução > Joana Caetano
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