Por Gabriel Kuhn | Maio de 2017
Em 2 de maio de 1919, cumprem-se cem anos desde que o revolucionário e anarquista alemão Gustav Landauer encontrou a morte a mãos dos soldados alemães que atacaram e derrocaram a República do Conselho Bávaro que Landauer ajudou a estabelecer. Landauer, cujo trabalho tem sido documentado em inglês na obra Revolution and Other Writings da editora PM Press, permanece como uma figura única na história do anarquismo e do socialismo (sinônimos para ele), não só na Alemanha, mas também a nível internacional. O seu apelo em prol da construção de comunas rurais a pequena escala (Siedlungen) baseadas num abraço espiritual dos princípios anarquistas a fim de, passo a passo, minar a autoridade do Estado e finalmente convertê-lo em supérfluo, poderia soar a alguns como algo ingênuo, mas continua sendo um dos conceitos mais coerentes de como substituir a ordem social existente por outra baseada na democracia direta, na ajuda mútua e na justiça social.
O iminente aniversário da sua morte tem feito que várias iniciativas na Alemanha rendam honra a sua herança. Numa entrada anterior, informei sobre os esforços da cidade de Munique para ressuscitar o monumento de Landauer no cemitério de Waldfriedhof. O monumento original tinha sido erigido ali por anarcossindicalistas de Munique em 1925, para ser destruído pelos nazis só oito anos mais tarde. Estes esforços têm dado o seu fruto. A cidade de Munique descobrirá o ressuscitado monumento em 29 de junho de 2017.
Entretanto, Gustav Landauer Denkmalinitiative (Iniciativa de monumento para Gustav Landauer) tem estado fazendo campanha em Berlim em prol de um monumento comemorativo na capital alemã, onde Landauer se estabeleceu como uma das vozes mais importantes do anarquismo na Alemanha, trabalhando como redator para Der Sozialist nos anos 1890. A Denkmalinitiative, que também publica folhetos dos escritos mais importantes de Landauer e organ iza visitas com guia através da iniciativa “Os anarquistas de Berlim”, explica a razão detrás da exigência de um monumento comemorativo para um anarquista do seguinte modo:
“Alguém poderia perguntar: Por quê um monumento para um anarquista? Não é sentimentaloide isto, inclusive até anti-anarquista? (…) Um monumento para Gustav Landauer não significa confinar a memória de uma figura proeminente na história do anarquismo a um museu. (…) Achamos que a essência das ideias de Landauer é tão relevante hoje como o foi sempre. Devolver estas ideias à vida despertará e inspirará &agrav e; gente. O centenário da sua morte coincide com um tempo que contempla às pessoas procurando alternativas às catástrofes que fazem frente a cada dia. Isto também tem reavivado um interesse pela tradição do socialismo anarquista. Neste contexto, consideramos a campanha em favor de um monumento para Landauer em Berlim como uma oportunidade de introduzir de novo esta tradição no discurso público.”
A prefeitura de Berlim ainda não tomou nenhuma decisão. Se seus membros seguirão o exemplo de Munich está ainda por se fazer sentir. De todas formas, a Denkmalinitiative é outro projeto que ajuda a introduzir de novo a Landauer no público alemão, perto da edição em curso da sua “Seleção de escritos” por parte da editora AV Verlag, a fundamental nova biografia de Landauer a cargo de Tilman Leder e a edição do novo multi-volume das cartas e os diários de Landauer (188 4-1900 e 1899-1919). É difícil encontrar uma crítica a partir de tudo isto.
Fonte: http://www.pmpress.org/content/article.php/20170517094543103
Tradução > Biel Rothaar
agência de notícias anarquistas-ana
serra nevada,
cumes tocam o céu –
nuvem furada
Carlos Seabra
Avante!
Obrigado, Mateus!
Incrível texto. O Nestor não conhecia. Bravo!!
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!