O teatro autogerido Emprós (Avante) expressa a sua solidariedade com a okupa Rosa Nera, um espaço autogerido de luta, ações, eventos e hospitalidade, e que é um bem público na cidade de Chania há treze anos.
O edifício do Rosa Nera é um prédio histórico, situado na colina Kasteli, sobre o velho porto de Chania. O Reitor (da Universidade de Creta) o concedeu de maneira provocadora a uma empresa hoteleira multinacional, com o pretexto de reabilitar o edifício. Na verdade, contribui para a turistização violenta da cidade e o desaparecimento de seus residentes permanentes, mediante a subida dos alugueis, da gentrificação, do despejo de estudantes e o saque de todas as células sociais vivas da cidade.
Não é fortuito o fato de que o mesmo tenha sucedido com outro edifico histórico de Papadogiorgakis, que foi despejado e depois abandonado. A Escola Politécnica, ao invés de ser uma barreira contra a mudança violenta da fisionomia da cidade, é quem a provoca, já que está nas mãos de tecnocratas e empresários que fomentam uma noção de gestão da Escola totalmente lucrativa, minando o caráter humanitário e social do conhecimento.
Durante os últimos treze anos se realizaram diversas atividades culturais na okupa Rosa Nera, eventos informativos sobre a situação dos militantes e sobre temas relacionados ao meio ambiente, apresentações de livros, palestras e debates abertos, eventos internacionais, concertos, assembleia de imigrantes e de coletivos feministas, de iniciativas obreiras, de grupos culturais, assim como oficinas, produções artísticas antimercantis, e uma gama de outros eventos.
O Rosa Nera está lutando há treze anos contra todas as facetas do fascismo, do racismo e do sexismo, contra o terrorismo patronal, contra a destruição do meio ambiente, contra todos os gestores do Poder, direitistas e esquerdistas. Propõe a auto-organização, o autodirecionamento social, a autogestão, resistindo aos planos do Estado e do Capital privado.
O teatro autogerido Emprós, sendo uma okupa de um edifício histórico, qualificado como monumento moderno, também sofre a repressão estatal direta ou indireta e a ameaça de privatização pelo chamado Super Fundo, no marco das políticas dos memorandos. Solidarizamos-nos com o Rosa Nera e com todos os que lutam contra os planos do reitorado de vender o edifício, para que continue a ser um local de lutas, autonomia e de relações horizontais e não mais um hotel luxuoso.
Os planos de evacuação (despejo) ou de “regularização” das okupas e dos centros sociais livres e autogeridos não são novos e receberão uma resposta adequada.
O teatro autogerido Emprós, com o motivo da celebração de vários eventos pelo aniversário do Rosa Nera (de 21 a 25 de junho de 2017) espera que a okupa continue sendo por muitos anos um polo de atração de pessoas pensadoras e inquietas de Chania.
Tirem as mãos do Rosa Nera, tirem as mãos de todas as okupas e espaços autogeridos.
O teatro autogerido Emprós, rua P. Palamidi, 2, Psirrí, Atenas
O texto em grego:
O texto em castelhano:
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