Nos últimos anos, anarquistas, povos indígenas e ativistas anti-coloniais em Kingston tem se colocado contra o particularmente forte espírito nacionalista canadense que existe aqui, largamente promovido pela cidade e entusiastas da herança local. Muito desta resposta se focou na celebração de John A. MacDonald, ultra-racista canadense, primeiro Primeiro-Ministro colonizador. O Dia do Canadá também viu um pouco de atividade anti-Canadá nos anos recentes – dois anos atrás, um banner foi esticado sobre a parada, e no último ano um pequeno grupo de pessoas queimou uma bandeira canadense enquanto a parada passava.
Este ano, com patriotas celebrando o “150 aniversário” do Canadá e muito trabalho de base em anos de atividades anti-Canadá, alguns de nós decidiram tentar fazer uma marcha de rua sobre a marcha principal para encontrar e confrontar a Red and White People Parade anual. Pareceu ambicioso – marchas de rua são raras aqui e muitxs de nós estão assustadxs para expressar abertamente nossos sentimentos quanto ao Canadá em uma cidade onde muitxs de nossxs vizinhxs, chefes, amigxs e companheirxs de trabalho estão bem ali na parada de 1º de Julho, vestidxs de vermelho e branco e balançando suas bandeiras. Muitxs de nós se questionaram se alguém ousaria aparecer, se seria um desastre, se iríamos vivenciar um retrocesso ao invés de uma vitória. Espalhamos a palavra com um pequeno panfleto e verbalmente, esperando manter algum elemento surpresa, e convocamos as pessoas a virem vestidas de preto para expressar o espírito de luto, dor e raiva em oposição à festiva e comemorativa parada vermelha e branca.
Aconteceu melhor que nossas expectativas. Cerca de 50 pessoas apareceram, em sua maioria vestidas de preto e trazendo seus próprios banners, bandeiras e bonecos gigantes, e prontas para tomar as ruas. Nos mantivemos na rua todo o tempo, nos movendo na direção oposta da Parada, e passando por ela com sucesso mantendo intactos nossos números, apesar da oposição inesperadamente vigorosa da polícia e uma multidão de cidadãos patriotas maior do que de costume. Algumas pessoas distribuíram nossos panfletos, zines e bandeiras canadenses com os dizeres de “Me Queime”, algumas cantaram, e todas estiveram juntas e em movimento. Duas pessoas, uma adulta e uma criança, foram feridas por um exagerado policial a cavalo, mas no fim da marcha os espíritos permaneceram altos.
Uma resenha mais detalhada feita por um organizador indígena local pode ser lida aqui¹, cobertura da mídia corporativa com algumas boas fotos do dia aqui², e um vídeo da marcha indo de encontro à Parada aqui³.
[2] http://www.thewhig.com/2017/07/01/kingston-celebrates-canada-150
[3] https://twitter.com/StephattheWhig/status/881176182523408384
Fonte: https://itsgoingdown.org/kingston-ontario-anti-canada-day-march/
Tradução > Imprensa Marginal
agência de notícias anarquistas-ana
no vaso menor
um punhado de terra
violeta em flor
Ricardo Silvestrin

Anônimo, não só isso. Acredito que serve também para aqueles que usam os movimentos sociais no ES para capturar almas…
Esse texto é uma paulada nos ongueiros de plantão!
não...
Força aos compas da UAF! Com certeza vou apoiar. e convido aos demais compa tbm a fortalecer!
Não entendi uma coisa: hoje ele tá preso?