A demolição dos muros do cais de Ouchy revelou documentos lá colocados em 1900, sem dúvida por operários italianos.
“Saudações àquela que tiver a honra de encontrar esse bilhete!” A frase é desatualizada e tem razão de sê-lo. Caligrafia de bico de pena sobre papel timbrado da Direção de Trabalhos da cidade de Lausanne, ele foi encontrado numa cápsula de vidro coberta de cimento dos muros do cais de Ouchy. Seria 7 de julho de 1900, como mostrava um jornal do dia dentro da cápsula. Esses documentos serão analisados pelo Serviço de Arquivos.
A descoberta, feita por ocasião da restauração dos muros do cais de Belgique e Ouchy, iniciadas em 2015, teve uma surpresa, mais inesperada que um feijão num bolo de reis. “Sabemos que essa prática era extremamente rara nessa época”, indica Vincent Duffau, responsável pelo serviço de mobilidade de estradas. E se ela é frequente em nossos dias, esses foram os pais de tal prática. Foram “operários cimenteiros suíços” que assinaram a carta, por isso torna-se difícil decifrar o texto manuscrito inteiro.
Um ato anarquista clandestino
E tanto quanto as autoridades de hoje tem tendência de colocar “24 horas” de um dia nas cápsulas atuais, os cimenteiros fizeram uma escolha audaciosa: o primeiro número de Réveil, bimensário anarquista editado em Genebra. Esse órgão do movimento operário e anarquista internacional, fundado pelo tipógrafo ticinense Louis Bertoni e contendo páginas em italiano, destinadas aos operário emigrados, apareceu até 1940, e depois clandestinamente durante a Segunda Guerra Mundial.
“Temos a impressão que é sobretudo um ato militante de operários, e não um gesto oficial de construtores”, explica Fréderic Sardet, chefe do Serviço de Arquivos, a quem foram remetidos os documentos. Sem dúvida esse clandestino, a inserção da cápsula no cimento de Ouchy, poderia estar fazendo eco ao julgamento de três anarquistas, um dos quais Bertoni, executados em julho de 1900. “Vivia-se em plena efervescência do movimento anarquista na Suíça romanda, no qual os membros reivindicavam liberdade de expressão e luta armada contra a opressão, continua Fréderic Sardet. Eles eram considerados “terroristas”.
O cimenteiro “Reusser”
A análise dos arquivos permitirá, talvez, decifrar uma outra informação contida na carta, bem conservada graças ao vidro e ao cimento. Se lê: “todos os pilares foram moldados pelo cimenteiro”, seguido de um nome, sem dúvida Fréderic e um sobrenome, provavelmente, Reusser.
A descoberta confirma o caráter centenário do cais (1896-1900) que substituiu o que anteriormente não passava de um passeio público às margens do lago, entre Ouchy e a torre Haldimand. Foram os sinais de degradação que fizeram a cidade decidir reformar os muros em 2015. Após consulta aos transeuntes, sobre sua cor de cimento preferida, e opinião dos experts sobre durabilidade e do patrimônio, foi uma areia local do Jura ligeiramente amarela e cimento que comporão o novo muro. Eles serão totalmente concluídos em 2020.
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Começo bem o dia!
Jeane Gomes da Silva – 14 anos
Tradução ruim para o título... No texto - se não nesse, no livro - ele faz uma distinção entre shit…
tmj compas! e que essa luta se reflita no bra$sil tbm!
Um puta exemplo! E que se foda o Estado espanhol e do mundo todo!
artes mais que necessári(A)!
Eu queria levar minha banquinha de materiais, esse semestre tudo que tenho é com a temática Edson Passeti - tenho…