Por Claudinê Gonçalves
Em algumas cidades suíças, existe um certo número de pessoas que vivem numa espécie de circuito alternativo em que praticamente não se gasta nada. É o caso de um grupo de Lausanne.
Num bairro periférico da cidade de Lausanne (oeste da Suíça) um grupo de trailers parece, de longe, um pequeno bairro. Ali moram pessoas bem diferentes umas das outras. Um garçom de um restaurante cinco estrelas, uma jovem formada em bijuteria, um tatuador que se diz anarquista.
O único ponto em comum é morar de graça nas caravanas que cada um reformou, instaladas em um terreno público, com autorização da prefeitura.
“Podemos ficar aqui até 2019, depois a prefeitura nos promete um outro terreno gratuitamente. Neste aqui haverá uma construção”, explica o tatuador Renato.
Ele está há dois anos morando em um trailer que ele mesmo reformou, depois de ter vivido 12 anos em casas ocupadas. Quando se descobre uma casa que está fechada há tempos, ela é arrombada e ocupada por várias pessoas. Quando o proprietário ou um herdeiro aparece, tenta-se negociar um prazo de moradia, antes de uma reforma ou demolição. Durante esse período, recupera-se outro imóvel fechado e tudo recomeça. “A ideia e mostrar que é possível viver fora do sistema tradicional de trabalho e consumo”, afirma Renato.
Comer quase de graça
Para comer, os supermercados jogam em containers diariamente grandes quantidades de gêneros alimentícios com data vencida, mas perfeitamente consumíveis. Assim, a comida também é praticamente gratuita, é só cozinhar. Vivem dessa maneira de punks alternativos até estudantes universitários.
Este repórter esteve recentemente em uma noite de música punk, em uma sala alternativa de Lausanne, em que a maioria dos grupos era de ocupações, geralmente trios. Na fila da cerveja, por exemplo, como todo mundo tem pouco dinheiro, cada um paga o quer. E durante as apresentações, alguns grupos tiram a roupa e terminam a apresentação pelados (as). E havia na sala quase tantos cães quanto pessoas no público.
Pouca roupa, mas três guitarras
O que Renato mais leva a sério, aparentemente, é a música, que o faz viajar para shows, sempre numa espécie de circuito alternativo, sem cachê. O grupo já tocou em vários países europeus (Holanda, Alemanha, França, entre outros). Viaja num micro-ônibus e onde toca tem cama e comida. Para seguir viagem, os que recebem os músicos enchem o tanque do micro-ônibus. Quando grupos desses países vêm tocar na região de Lausanne, o sistema é o mesmo.
Para não “se contaminar”, Renato não tem nem e-mail. Redes sociais nem pensar. O computador só serve para baixar filmes e músicas, onde exista conexão internet.
agência de notícias anarquistas-ana
O silêncio é um campo
plantado de verdades
que aos poucos se fazem palavras.
Thiago de Mello
Calculei aqui: a passagem mais barata pra Suíça custa 3.000 reais (segundo dados de sites de viagens). Tendo em vista que somos 200 milhões de habitantes e cerca de 20% ganha até 1 salário mínimo (priorizando os mais precários), mais ou menos 40 milhões de brasileiros devem ser enviados a Suíça para morar em traillers, o que digamos é um plano ambicioso. O que dá 1 bilhão e 200 milhões de reais em passagens (não sei se pedimos emprestado ao FMI ou fazemos crowfunding). Resta saber como conseguir esse dinheiro e como enviar tanta gente em pouco tempo. Obviamente o governo Suíço não terá nenhum problema em nos receber.
obs: lembrando do curso de alemão, francês ou inglês em último caso pra todo mundo chegar lá podendo se comunicar.
wow rafael….
que interessante esse ponto de vista de “beco-sem-saida”…
onde apesar de se tar a falar de “alternativas”, o pessoal vai pegar nas algemas do medo e da dependencia, que o sistema nos impõe, para “justificar” a sua subserviencia, procrastinação, e faz de conta…
porque caralho é que tens necessidade dessa faz-de-conta do “Ir para a suiça”?… porque dá mto trabalho fazeres o mesmo onde vives?… a velha desculpa esfarrapada que oiço á seculos, para justificar o “é a vida” e aceitar enriquecer o capitalismo, graças ao suicidio do escravo feliz….
asusuhasuhauhashuhs Ze. Que papo mais hippie.