Em 13 de julho de 2017 realizou-se nas ruas do centro de Atenas a marcha que havia sido convocada pela “Coordenadora de ação contra a abolição do domingo como dia festivo e contra os horários ‘liberalizados’”. Esta mobilização aconteceu três dias antes da greve a nível nacional convocada no setor do comércio para o domingo 16 de julho.
A marcha durou duas horas e meia e percorreu uma boa parte do centro de Atenas, passando pelas ruas mais comerciais, informando às pessoas e os trabalhadores nas lojas sobre a greve, oralmente ou com folhetos distribuídos. Terminou na praça do bairro turístico de Monastiraki. Além dos membros da Coordenadora, na marcha participaram membros de sindicatos de base, coletividades e assembleias. Segue o texto que liam por megafone, os membros da iniciativa de trabalhadores no setor do comércio “Orthostasía” em cada parada realizada durante a marcha.
“Colegas,
A nova lei sobre os 32 domingos ao ano de lojas abertas, não concerne só ao setor do comércio. Concerne a todos os trabalhadores, seu objetivo é eliminar nosso tempo livre e nossos direitos.
Colegas,
O caráter festivo do domingo foi conquistado com lutas, e vamos defendê-lo com lutas. Só nossas lutas podem ter um resultado positivo. Criando comitês de luta entre os trabalhadores no setor do comércio, em cada local de trabalho, em cada distrito comercial, em cada bairro.
Em 16 de julho os trabalhadores no setor do comércio estamos em greve. Chamamos à concentração que se realizará às 10h, na rua Ermú.
Ninguém comprando. Ninguém trabalhando. Coloquemos adiante os interesses obreiros. Não lhes presenteamos nenhum domingo”.
O domingo 16 de julho era um dos 32 domingos ao ano que os negócios comerciais estariam abertos em várias zonas das cidades do território do Estado grego, as quais foram batizadas “turísticas” pelo Estado. Este domingo a Federação de Trabalhadores no Setor do Comércio convocou uma greve a nível nacional. A fração sindical do chamado Partido “Comunista” se limitou a uma marcha curta pela rua comercial do centro de Atenas. Dito partido não havia aparecido em nenhuma outra greve ou mobilização convocadas por sindicatos de base. A “Coordenadora de ação contra a abolição do domingo como dia festivo e contra os horários ‘liberalizados’” e vários sindicatos de base, coletividades e assembleias participaram na mobilização, com bloqueios de lojas desde as 9h até as 16h30. Em Tessalônica a Coordenadora realizou bloqueios em várias lojas no centro da cidade, desde as 10h30 até as 13h30.
Em ambas cidades as mobilizações impediram a abertura da maioria das lojas comerciais. Algumas permaneceram fechadas pelos bloqueios, e outras não abriram por que seu dono tomou esta decisão, ao se informar das mobilizações. Muita gente reagiu positivamente com a mobilização. Houve casos de consumistas pequeno burgueses, que se puseram a brigar com os manifestantes, reclamando seu direito ao consumismo, mas ao ver as vitrines, dado que sua situação econômica não lhes permite comprar muita coisa.
Notamos que apesar das sucessivas mobilizações, a grande maioria dos trabalhadores neste setor não está sindicalizada, esperando que outros façam a luta por eles. Também, assinalamos que a insistência do Estado e do Capital de impor a abertura dos negócios comerciais aos domingos não tem fins comerciais. As vendas das lojas que permaneceram abertas aos domingos durante os últimos anos não aumentaram nada. Esta insistência tem motivos sociais e políticos. Os de cima querem vencer todas as resistências a seus planos de transformar a sociedade em uma massa de seres robotizados dóceis e obedientes. Querem impor a escravidão e o totalitarismo. Além de lobotomizar-nos, o que pretendem é fazer-nos trabalhar todo o dia, dedicando nosso escasso tempo “livre” ao descanso para poder trabalhar no dia seguinte, ao consumo e em geral a todo tipo de atividade mercantilizada e controlada por eles.
O texto em castelhano:
Tradução > Sol de Abril
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Alexandre Brito
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