“Somos todos filhos do povo”. Entrevista com Giordano Chanpa que fala desde o arquivo de Via Pastrengo com seus cerca de 10.000 documentos, incluindo panfletos, jornais e cartazes, e cerca de nove mil títulos de livros
Por Eleonora Dottori – 25 de julho de 2017
Dentro de uma das instalações na Via Pastrengo em Jesi, onde o Centro de Estudos Libertários Luigi Fabbri está localizado, há um tesouro. Uma herança cultural e literária que conta histórias: histórias de vida, compromisso social, histórias do que éramos e quem somos hoje.
Seria dito que as pessoas entediadas, vítimas de uma sociedade que é muito veloz, rápida em condenar sem julgamento, deveriam conhecer esta realidade. Não só porque o Centro de Estudos abriga uma imensa biblioteca de arquivos com cerca de 10.000 panfletos, documentos, jornais e cartazes, e cerca de 9.000 títulos de livros (não cópias), mas também porque a riqueza aqui está nas pessoas que o mantém vivo.
Giordano Chanpa é um destes: “a história do Centro de Estudos nasceu em meados da década de 1980, recuperando o nome do Círculo de Estudos Sociais Fabbri nascido após a liberação. Em Jesi os anarquistas têm uma forte presença: “O Martelo”, primeiro jornal internacional, datado de 1876 (algumas cópias são mantidas no arquivo) em que escreveu Errico Malatesta, foi impressa em Fabriano e Jesi. Não deve ser esquecido o contexto de toda a Itália central naqueles anos: o proletariado urbano estava nascendo, éramos artesão”. A presença anarquista na cidade é forte: “na primeira câmara municipal de 1944 – diz – havia dois anarquistas. Um era Attilio Santoni, um carpinteiro que junto com um republicano e um comunista (ou anarquista, também? Quem sabe!) tinham içada a bandeira vermelha no Duomo após a proclamação da República espanhola em 1931”. Para esse fato, outro anarquista, Vittorio Civerchia, levou cinco anos de prisão em Ventotene, onde estava Pertini.
Desde a década de 1980, estamos comprometidos a revitalizar o círculo em diferentes frentes: “apoio às lutas territoriais: o Interporto, o turbogás, a defesa da saúde pública, cantinas escolares e lutas estudantis, apenas para falar de um pouco. A reconstrução da memória histórica e social: em 1946 o Centro de Estudos de então organizou um concurso de poesia em vernáculo, significando estar presente a nível social com uma forma literária de manifesto social. Outro exemplo desse sentido de pertença que já não existe hoje: em 30 de abril de 1945, com o momento histórico ainda instável, foi trazido ao teatro Pergolesi o espetáculo “Primeiro de Maio” escrito por Pietro Gori, cujos rendimentos tinham sido destinados ao Comitê Nacional de Libertação. Socialidade e solidariedade: concertos foram feitos para a solidariedade com os desertores jugoslavos, antimilitaristas, em favor dos refugiados sírios e os trabalhadores que estavam desempregados”.
O pai de Giordano, Luigi, foi detido em Carcerette porque ele era um desertor: alistado na aeronáutica em 1942, após três anos, em Nápoles, quando a guerra terminou, cansado decide assinar uma licença falsa e voltar para casa onde ele é preso e condenado. Meio século depois, os anarquistas de Jesi vão encontrar um lugar naquela estrutura. Na atual, na Via Pastrengo, foi a primeira escola industrial criada por Mussolini.
É aqui que está preservado um imenso patrimônio literário: “Supomos que todos os livros merecem respeito por isso temos mantido um pouco de tudo não só livros sobre anarquia. O material deriva de compras próprias, ou fruto de doações ou recuperado de arquivos históricos. Os volumes (mantidos em dupla fila) são divididos em várias seções: conhecimento, do internacionalismo para as lutas das mulheres, passando através das humanidades, filosofia, pedagogia. Uma seção dedicada ao local, de Jesi, à temas em geral. A seção anarquista com jornais, boletins e revistas, algumas peças raras. A seção Ottorino Manni, a mais velha, que se recuperou de Senigallia. Finalmente a biblioteca circulante: qualquer um pode vir e pegar um livro, trazê-lo de volta, trocá-lo ou mantê-lo para sempre sem nos dar nada em troca”. Todos isso aos sábados à tarde.
Fonte: http://www.centropagina.it/attualita/il-patrimonio-jesino-degli-anarchici/
Tradução > Liberto
agência de notícias anarquistas-ana
Rastros de vento,
escuridão de brasas,
um salto suave.
Soares Feitosa

Anônimo, não só isso. Acredito que serve também para aqueles que usam os movimentos sociais no ES para capturar almas…
Esse texto é uma paulada nos ongueiros de plantão!
não...
Força aos compas da UAF! Com certeza vou apoiar. e convido aos demais compa tbm a fortalecer!
Não entendi uma coisa: hoje ele tá preso?