Em Mañana imposible, falamos com o Lonko Facundo Jones Huala desde a Unidade Penal de Esquel, onde permanece preso ilegalmente desde o último 27 de junho. “Eu me encontro detido pela decisão política e pela perseguição dos Estados argentino e chileno”, disse. Jones Huala destacou que “não existe a independência de poderes” nestes países e assegurou: “O Poder Judicial, a partir da ascensão tão brutal da direita na Argentina tem sofrido total interferência e o Estado de Direito que eles dizem defender tem ficado totalmente agredido”. Nessa linha, o referente da comunidade mapuche afirmou que “se orquestrou uma campanha judicial, midiática e política contra os setores mais combativos da comunidade mapuche a ambos os lados da cordilheira e que tem significado repressões brutais nesta região”. “Há uma perseguição que encabeça a infame Patrícia Mullrich [ministra de segurança] e o defensor de repressores (Pablo) Noceti [chefe de gabinete]”, assegurou.
Ademais, Jones Huala se referiu ao desaparecimento de Santiago Maldonado após a repressão no Pu Lof em Resistência Cushamen, Chubut. “É lamentável que se tenha retrocedido tantos anos em termos políticos e sociais neste tempo, sobretudo com a história tão triste que temos sobre nós”, disse. “O desaparecimento de Santiago Maldonado esclarece bem o momento político que estamos vivendo”, agregou.
Jones Huala contou como vive a comunidade mapuche no sul do país e assegurou que “há um clima de terrorismo de Estado que é insuportável”. “Está se reprimindo pela via do terror um processo de luta digno de um povo que não quer ser mais oprimido nem pisoteado”, disse o líder mapuche. “Se bem nós fomos reprimidos durante a época kirchnerista, a repressão que se está dando neste momento é muito mais brutal”, agregou. Nós nos declaramos abertamente revolucionários, anti-capitalistas, anti-imperialistas e anti-oligárquicos e acredito que é isso o que mais incomoda este Governo”, analisou.
Por último, Jones Huala criticou a criminalização do povo mapuche por parte de certos meios de comunicação e desmentiu a publicação do diário Clarín, segundo a qual ele havia defendido a luta armada. “Eles diziam que eu havia chamado à luta armada e isso é mentira. Sim, chamei e continuo chamando à rebelião contra os regimes tirânicos e injustos”, assegurou. “Há uma campanha midiática que tenta nos mostrar como terroristas violentos e oculta a violência do Estado”, destacou o líder mapuche.
Fonte: http://www.laimposible.org.ar/2017/08/10/facundo-jones-huala/
Tradução > KaliMar
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